Depois de testar a produção de couve-de-bruxelas, em um terreno de 400 metros quadrados, na área rural de Camanducaia, Sul de Minas, o escritório local da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado de Minas Gerais (Emater-MG) já se prepara para medir também a viabilidade comercial da verdura na agricultura familiar do município.
Nesse sentido, está sendo planejado para a partir de março do próximo ano o plantio de 2,5 mil pés da hortaliça em uma propriedade rural do município, onde também existem outros experimentos com as culturas de figo, amora preta e cana-de-açúcar.
Em fevereiro de 2012, o solo do terreno começará a ser corrigido, com o recebimento de calcário. "Vamos fazer o teste do comércio. Os bons preços pagos ao produtor pela crucífera, em entrepostos como a Ceasa Campinas e a Ceagesp, em São Paulo, fortalecem a expectativa de que essa pode ser mais uma opção de atividade para a agricultura familiar na região na safra de inverno", avalia o extensionista e engenheiro agrônomo Hélio João de Farias Neto.
Segundo Farias Neto, no primeiro experimento realizado pela empresa, no último inverno, foram plantados mil pés de couve-de-bruxelas, que renderam após 130 dias cerca de 30 unidades por planta ou 600 gramas de "repolhinhos" cada. Mesmo com poucos dados estatísticos oficiais sobre a produtividade da hortícola, uma vez que ela ainda é produzida em pequena escala no país, e a literatura sobre o assunto é muito reduzida, o agrônomo considerou o resultado da experiência positivo.
"O objetivo foi avaliar o desenvolvimento e adaptação da cultivar ao clima e ao solo do município e isso alcançamos. Mesmo após três fortes geadas, as plantas não perderam o vigor e se desenvolveram bem", afirmou.
Semente - Ainda de acordo o agrônomo da Emater-MG, um outro teste, em andamento na região, está avaliando o cultivo da couve-de-bruxelas, agora, no período das águas. A meta é observar se também nesta estação, a crucífera produzirá como no inverno passado.
Na primeira experiência, desenvolvida de junho até o meio de outubro, quando as verduras foram colhidas, o escritório da Emater-MG pôde constatar que os repolhinhos atingiram a média de 20 gramas cada e dois centímetros de diâmetro, "medidas consideradas ideais para a comercialização", segundo o agrônomo, que pesquisou o assunto. De acordo com o extensionista, o estudo foi feito com sementes italianas.
Do mesmo gênero da couve e parecida com pequenos repolhos, a couve-de-bruxelas (Brassica olerace) é também chamada de repolhinho. O apelido tem relação não apenas com o aspecto físico, mas também com o sabor semelhante ao do repolho comum, embora seja mais suave. Uma característica da verdura é que ela cresce ao longo do talo que fica totalmente coberto pelos repolhinhos.
Veículo: Diário do Comércio - MG