Supermercados elevam pedidos.
Vinho francês, bacalhau norueguês, fruta seca argentina e panetone italiano podem garantir presenças maior na ceia de Natal dos consumidores neste ano. Com o câmbio favorável, os produtos importados continuam sendo as vedetes, com lugar de destaque nas prateleiras dos supermercados mineiros. Representantes de redes confirmam que a desvalorização da moeda norte-americana coloca as mercadorias estrangeiras em igualdade de condições de competitir com as nacionais.
Prova disso é que as encomendas aos fornecedores estão chegando em volumes maiores do que os registrados no ano passado. Uma das empresas que está apostando nos importados é a rede Super Nosso Gourmet, que fez pedidos 20% superiores em relação a 2010. Segundo o gerente de Negócios, Hamilton Dias de Almeida, o grupo de supermercados antecipou as compras para garantir um mix variado. "A necessidade da busca pelos importados é para atender aos consumidores e ter um diferencial frente à concorrência. Esse tipo de produto, se bem escolhido e trabalhado nas gôndolas, pode resultar no aumento do faturamento", explica.
Entre os importados da rede Super Nosso, os vinhos chilenos e argentinos ganham destaque. "É um tipo de produto que o brasileiro assimila bastante. Por isso mesmo é que temos contêiner bastante variado, e uma das novidades é o vinho francês e de outras regiões da Europa. Além disso, trouxemos panetones da Itália para compor a nossa linha especial com preços que variam de R$ 15 a R$ 100. O diferencial este ano é o mix de produtos natalinos importados", disse Almeida.
Entretanto, alguns produtos chegam às prateleiras até 80% mais caros. É o caso da ameixa seca argentina. "No caso das frutas secas, o custo da embalagem pode gerar diferencial no preço", explica o gerente de Negócios do Super Nosso. A castanha do Pará, embora seja produto nacional, chega com reajuste de até 70%. A variação cambial e a baixa disponibilidade do produto no mercado interno não é a justificativa para a alta. O preço do bacalhau norueguês, que faz parte da cesta de importados, teve reajuste médio de 10% a 15%, se comparado com 2010.
O Verdemar Supermercado e Padaria, com cinco lojas na Capital, também já fez as compras dos importados para o Natal e as encomendas aumentaram 10% na comparação com o ano passado. O superintendente comercial e de Marketing, Antônio Celso Azevedo, explica que as aquisições foram feitas com base na demanda do consumidor e no crescimento das vendas nos últimos meses. "O otimismo com a data se deve à fidelização do nosso cliente, conquistada pelo atendimento e qualidade", diz Azevedo.
Interior - Apesar de não revelar valores, o diretor de Marketing da rede de supermercados ABC, Edmar Cardoso, com 21 lojas, sediada em Divinópolis, na região Centro-Oeste, disse que a expectativa é de incremento de 15% nas vendas do último mês de 2011 na comparação com dezembro do exercício anterior.
Neste cenário, ele adianta que os importados - vinhos chilenos e frutas cristalizadas argentinas - estão entre os produtos mais procurados nesta época do ano. "Com o aumento do poder de compra, as classes C e D vêm mudando o hábito de consumo e levando cada vez mais os importados à mesa. Além disso, o dólar em baixa faz com que os importados fiquem competitivos frente os nacionais", argumentou.
A rede de supermercados Coelho Diniz, sediada em Governador Valadares, no Vale do Rio Doce, ampliou em 20% a variedade de produtos importados no Natal. "Neste ano fizemos um reforço na linha de azeites e bebidas, especialmente vinhos. Os importados impulsionam as vendas nesta época e representam pelo menos 25% do faturamento", disse o sócio proprietário da rede, Ercílio Diniz, explicando que a expansão no volume de pedidos acompanha a expectativa de vendas em dezembro, sempre maiores do que nos demais meses do ano.
Veículo: Diário do Comércio - MG