Reajustes dos preços dos insumos vêm se mantendo nos últimos meses.
O pecuarista leiteiro mineiro, ao longo de outubro, enfrentou novamente alta nos custos de produção e queda nos valores pagos. A situação desfavorável na composição dos custos de produção foi observada pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária, unidade Gado de Leite (Embrapa Gado de Leite), através do cálculo do Índice de Custo de Produção de Leite (ICPLeite/Embrapa). Somente em outubro, o ICPLeite/Embrapa registrou aumento de 3,12% comparado com setembro.
De acordo com o pesquisador da Embrapa Gado de Leite, Alziro Vasconcelos, o resultado do mês anterior mantém a seqüência de aumento nos preços dos insumos utilizados nos sistemas de produção de leite, que vem sendo observado desde abril. Até outubro, o índice acumulou alta de 19,35% no ano e de 23,94% nos últimos 12 meses.
Em outubro, o grupo de insumos que apresentou maior alta foi o de concentrado, com aumento de 4,25%. A alta foi impulsionada pela variação nos preços dos grãos, principalmente soja e milho, produtos esses amplamente utilizados na produção do concentrado bovino.
Outro grupo que apresentou alta foi o de produção e compra de volumosos, que encerrou o mês com incremento de 2,73% sobre setembro, em conseqüência do aumento nos preços de insumos utilizados na cana-de-açúcar e no plantio do milho para silagem.
No intervalo também foram observadas elevações nos preços dos produtos que compõem os grupos de sal mineral, com alta de 2,68%, devido ao reajuste nos preços dos sais mineral e comum, seguido pelo de qualidade do leite, com incremento de 2,49%, como conseqüência das variações nos preços dos detergentes utilizados na limpeza das ordenhadeiras e tanques de resfriamento.
Os custos com energia e combustível aumentaram 0,91% em outubro, promovidos pelos reajustes nos preços dos combustíveis. Os insumos do grupo reprodução não sofreram alterações e os do grupo sanidade foram os únicos a apresentar deflação, com queda de 0,90%.
Mercado - Enquanto os custos de produção se mantiveram em alta ao longo de outubro, os valores pagos pelo litro de leite no Estado ficaram em média 1,36% inferiores aos praticados em setembro, segundo os dados do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea). No período, os pecuaristas receberam entre R$ 0,80 e R$ 0,90 por litro, dependendo da região.
A média de preços no Estado ficou em R$ 0,89 por litro. Para novembro, a tendência é de nova redução nos preços devido ao início da safra nas regiões Sudeste e Centro-Oeste, estimulada, por sua vez, pelas chuvas que favorecem o desenvolvimento das pastagens.
A alta nos custos de produção do leite em Minas Gerais, no acumulado de janeiro a outubro, frente igual período anterior, foi de 19,35%. No intervalo, todos os grupos de insumo apresentaram variação positiva. A alta mais expressiva foi observada no grupo de produção e compra de volumosos, com incremento de 30,37%; seguido pelo segmento de reprodução, 27,10%; qualidade do leite, com aumento de 22,48%; concentrado, 17,50%; sal mineral, alta de 14,26%; sanidade, 12,72%; mão de obra, 9,04% e energia e combustível, alta de 8,18%.
No grupo de insumos, a produção e compra de volumosos, onde se verifica a maior alta acumulada, o valor foi influenciado pelo aumento no preço dos insumos para produção de silagem e para o plantio da cana-de-açúcar.
A alta no grupo reprodução foi provocada, principalmente, pela valorização no preço da dose de sêmen e de outros insumos utilizados para a reprodução animal. Em qualidade do leite, a variação ocorreu devido às altas nos preços de detergentes utilizados para higienização dos tanques de resfriamento e ordenhadeiras. Já no grupo de concentrado, o aumento foi impulsionado pelo reajuste nos preços do concentrado bovino, poupa cítrica e fubá de milho.
Nos últimos 12 meses o ICPLeite/Embrapa acumulou um aumento 23,94%. As maiores altas ocorreram nos insumos relacionados à alimentação e reprodução.
Veículo: Diário do Comércio - MG