A crise que afetou a economia mundial ao longo de 2011 também refletiu no comércio de Belo Horizonte ou pelo menos sobre o apetite do consumidor mineiro. O mais tradicional centro de compras da cidade, o Mercado Central, não deve registrar crescimento expressivo neste ano sobre 2010. A expectativa é que as vendas de Natal permitam um resultado pelo menos igual ao registrado no exercício passado.
A avaliação é do presidente do Mercado Central, Marcoud Patrocínio. Ele afirma que o ano começou aquecido, com alta nas vendas, mas que as notícias de crise na Europa afetaram diretamente os negócios. "Os consumidores ouvem falar em crise e já ficam receosos quando, na verdade, deveriam se preocupar em aquecer a economia, ativando o comércio. Acredito que o Brasil tem potencial para enfrentar esse momento, assim como aconteceu em 2008", analisa. Ele também atribui o desaquecimento à inflação e às diversas denúncias de caráter político que aconteceram no decorrer deste ano.
Já os lojistas do Mercado Central estão apostando todas as fichas no Natal. Caso o movimento cresça no mês de dezembro, pode ser registrado incremento de até 5% nas vendas em relação ao mesmo período de 2010, o que possibilitaria alcançar o mesmo resultado registrado no acumulado do exercício passado. "Podemos até passar um pouco, mas acho difícil. Só se tivermos uma surpresa muito grande", observa Marcoud Patrocínio.
Com mais de 400 lojas, o Mercado Central recebe cerca de 32 mil pessoas por dia, com pico de 56 mil aos sábados. Recentemente, foi considerado roteiro turístico pela Fifa, recebendo destaque durante os grandes eventos esportivos que acontecerão em Belo Horizonte em 2013 e 2014. Para isso, mudanças estão acontecendo. O estacionamento será ampliado e a previsão é de que mais dois pisos estejam prontos até 2013. O espaço que será construído também poderá ser utilizado para eventos diversos. A previsão é de que seja realizado aporte superior a R$ 70 milhões e que as obras sejam iniciadas no primeiro semestre de 2012.
O Mercado Municipal de Belo Horizonte, como foi batizado em 1929, foi privatizado em 1964. Ao longo dos mais de 80 anos de história, superou crises econômicas e mudanças dos hábitos de consumo da população e, hoje, é parada obrigatória de belo-horizontinos e de turistas que visitam a Capital.
O entreposto, que ocupa área de 14 mil metros na região central da Capital, tem, além das 400 lojas, estacionamento privativo coberto e sistema de segurança interna. Os 198 funcionários da administração do mercado também estão passando por treinamento. "Profissionais dos setores de limpeza, segurança, portaria e administração estão fazendo cursos de inglês e espanhol para que possam atender aos turistas durante a Copa das Confederações e a Copa do Mundo."
Veículo: Diário do Comércio - MG