Vendas em outubro tiveram alta de 3,3% - Neste ano, retração já é de 1,27%.
Os supermercados venderam no Estado, em outubro, 3,3% mais que no mês anterior. Apesar do avanço, a alta não foi suficiente para recuperar as perdas acumuladas ao longo do ano. Entre janeiro e outubro, o segmento contabilizou retração de 1,27% em relação a igual período de 2010. Os dados são da pesquisa mensal Termômetro de Vendas, realizada pela Associação Mineira de Supermercados (Amis).
O crescimento de outubro, visto com bons olhos pela Amis, ocorreu pelo fato de o mês ter 31 dias e cinco finais de semana, contra 30 dias e quatro finais de semana em setembro. As regiões de Minas Gerais que sentiram mais o impacto positivo dessas variações foram a Central, Vale do Rio Doce e Zona da Mata, com avanços de 4,49%, 3,55% e 2,57%, respectivamente.
Mas, apesar do crescimento contabilizado no mês passado, as vendas de outubro em Minas foram 0,89% inferiores quando comparadas com a mesma época do último exercício.
O superintendente da Amis, Adilson Rodrigues, explica que o desaquecimento sentido no setor ao longo deste ano é conseqüência de um recuo iniciado no fim do ano passado, na esteira dos primeiros sinais da crise internacional. O cenário foi agravado pelo fato de este ano ter sucedido um período eleitoral, quando a inflação costuma sair do controle.
Com isso, a Amis já precisou rever duas vezes a expectativa de expansão de 5% para o segmento em 2011 em relação ao último exercício. Atualmente, a previsão é que haja uma evolução de 3% considerando a mesma base de comparação. Os supermercados devem fechar o atual exercício com faturamento da ordem de R$ 14 bilhões.
Rodrigues afirma que a recuperação já começou a ser sentida e deve aparecer no Termômetro de Vendas de novembro. Além do Natal, que puxa os negócios do segmento, ele aponta medidas do governo, como a redução da taxa básica de juros, como fatores que irão ajudar a alavancar as vendas. A estimativa é que em dezembro os supermercadistas faturem, pelo menos, 20% a mais do que no mês anterior.
Já para 2012, o superintendente da associação está otimista, apesar do agravamento das turbulências na economia global. Além dos R$ 220 milhões que serão investidos ainda neste ano na abertura e reforma de lojas, gerando mais espaço para o crescimento do setor, ele conta com um maior controle da inflação e com o aumento do salário mínimo. A partir de janeiro, o piso nacional passará dos atuais R$ 545 para R$ 622,73, injetando R$ 64 bilhões no país. O reajuste já é apontado por especialistas como um pontapé na expansão da economia no primeiro trimestre do ano que vem.
De acordo com Rodrigues, além de beneficiar os profissionais que são beneficiados com o aumento do mínimo, a medida deverá gerar negociações salariais que também interferem no resultado dos supermercados.
Veículo: Diário do Comércio - MG