Movimentação no setor mostra que grandes empresas focam as locais por se identificarem com o consumidor, além de preços mais acessíveis
A recente aquisição da fábrica de biscoitos Mabel pela americana PepsiCo, negociação estimada em R$ 800 milhões e a Marilan, fabricante de biscoitos de Marília, cuja venda poderá ser anunciada nos próximos dias para a PepsiCo, Bunge ou M. Dias Branco, marcam uma nova fase no setor de alimentos e bebidas. A exemplo do que ocorre no setor de farmácias, as marcas de atuação regional ganham força e viram alvo de compras de grandes empresas.
Este fato se torna relevante na pesquisa realizada pela Nielsen sobre a atuação de 12 categorias de marcas importantes — com destaque para alimentos e bebidas — no consumo do Nordeste.
A pesquisa mostra que as marcas regionais, que são as que têm 70% ou mais de volume alocado na região, crescem acima das nacionais. O estudo foi feito com base de dados de 2010 ante o ano anterior e destaca produtos como água mineral, café em pó, aguardente e biscoitos, cujas marcas regionais cresceram à casa dos 6,3% e as nacionais 1,2%.
O motivo da maior força dos produtos regionais são os preços, mais acessíveis à população local. “Quando a marca é local, ela interage com o consumidor local de forma direta”, afirma Thais Castro, analista de mercado da Nielsen.
Proximidade do varejo
Jaime Troiano, presidente do grupo Troiano de Branding, acredita que a vantagem logística das marcas regionais é outro fator fundamental, pois facilita a entrega nos locais em que as marcas atuam e, consequentemente, com redução de custos. “Um total de 34% do faturamento das categorias de alimentos, limpeza, higiene e bazar, provêm de marcas regionais”, afirma.
Um exemplo disso, segundo Troiano, é a marca de guaraná Jesus, que nasceu no Maranhão e, mesmo sendo comprada pela Coca-Cola em 2001, continua atuando com força, mas apenas regionalmentel. A marca de biscoitos Aymoré é outro exemplo, pois a fabricante mineira de biscoitos se associou à Danone em 1996 que, em 2005 anunciou uma aliança para fundir as atividades no ramo de biscoitos com a Arcor na Argentina, Brasil e Chile.
Veículo: Brasil Econômico