Colheita de feijão deve recuar

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Produtores do grão no Estado migram para o milho, em busca de maior lucratividade.


Os preços mais lucrativos do milho fizeram com que parte dos produtores de feijão de Minas Gerais migrasse de cultura em busca de maior renda, o que poderá gerar um recuo de até 13,6% na produção da primeira safra do grão. De acordo com a Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural de Minas Gerais (Emater-MG), a tendência é de que os preços do feijão, devido à redução da oferta, se mantenham mais estáveis ao longo de 2012.

A estimativa inicial divulgada pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) mostra que em Minas, segundo maior produtor de feijão primeira safra do país, haverá uma redução de área entre 8,4% e 4,6%, atingindo no máximo 183 mil hectares.

A produção esperada deve girar em torno de 193 mil toneladas, contra as 224 mil toneladas geradas em igual período produtivo anterior, o que representa uma queda de 13,6%. A produtividade também ficará em média 8,4% menor, sendo gerada por hectares 1,16 tonelada de feijão.

Segundo o coordenador técnico estadual de culturas da Emater-MG, Wilson José Rosa, mesmo com os preços do feijão ainda atraentes, as boas perspectivas de outras culturas, que oferecem menor risco, são fatores que justificam a queda.

"A lucratividade do feijão ao longo de 2011 não foi tão favorável quanto a do milho, o que estimulou os produtores a migrarem para o cereal e também para a soja, produtos estes que têm perspectivas mais positivas em relação aos preços", diz.

Mesmo com a previsão de redução da produção mineira, os dados da Conab poderão ser alterados nos próximos levantamentos, caso o mercado continue oscilante ao longo da fase de plantio da cultura. O plantio em Minas já está avançado, devendo ser encerrado durante o mês de dezembro. A colheita deve ser iniciada no final de janeiro, período em que é esperada redução de preços, em decorrência do aumento da oferta.

Segundo os dados da Emater-MG, os preços atuais do grão estão em patamares elevados se comparados com os predominantes nos demais meses de 2011. A saca é comercializada em média a R$ 110. No início do ano, chegou a ser cotada a R$ 65. O preço médio ao longo de 2011 ficou entre R$ 90 e R$ 95, o que já é suficiente para gerar lucro aos produtores. O valor mínimo estipulado pelo governo para a saca de feijão é de R$ 80.

"Os produtores conseguiram lucrar com a atividade e nesta safra deverão manter os investimentos nos tratos com a cultura e na aplicação de tecnologia, o que é essencial para alavancar a produtividade e reduzir os custos de produção", observa o coordenador técnico.


Tendência - Segundo os dados do Boletim de Custos e Preços da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), no mercado de feijão, os preços se estabilizaram e apresentam tendência de queda. Em Unaí, Noroeste de Minas, o produto está cotado a R$ 105 por saca, garantindo retorno de R$ 51,33 aos produtores. No mercado brasileiro, a demanda é baixa e o pouco volume ofertado é suficiente.

A tendência de queda é justificada pelo setor varejista ter reduzido os pedidos, influenciando diretamente sobre os preços de atacado. O mercado está sendo complementado com importações vindas da Argentina e da China. Os preços, ainda que em suave queda, estão se mantendo, oscilando de acordo com a qualidade do produto colhido.

O plantio da primeira safra de feijão no Estado foi iniciado em outubro. O clima, segundo a Emater-MG, está favorável para a conclusão da semeadura e desenvolvimento do grão. Em São Paulo, segundo maior produtor do grão na região Sudeste, a colheita já foi iniciada em algumas regiões que plantaram o grão em meados de setembro. O período chuvoso tem promovido perdas na qualidade e no volume.



Veículo: Diário do Comércio - MG


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