Com perspectiva de redução de preços em cerca de 10%, as maiores redes prometem campanha para atrair consumidor já neste fim de semana
Convidados VIPs do governo para o anúncio de estímulo à economia, ontem, representantes do varejo e da indústria traçaram prognósticos de aumento das vendas em até 15%, redução dos preços acima de 10% e prometeram fazer megacampanhas de marketing no fim de semana. Lojas cheias representam aumento de encomendas, o que anima as fábricas e aquece a economia. "Dos setores da economia brasileira, a indústria é a mais afetada pela crise internacional", resumiu o ministro da Fazenda, Guido Mantega.
A concorrência acirrada entre as companhias no primeiro dia do mês do Natal demonstrou a avidez com que o comércio tentará agarrar a oportunidade para ampliar o máximo das vendas na melhor data do ano para o setor. No Ponto Frio, por exemplo, um banner indicava para os consumidores virtuais a lista dos produtos que teriam seus preços reduzidos por causa das alíquotas menores. O mesmo pode ser verificado no site da rede de supermercados Extra.
O Walmart enfatizou: "saímos na frente com descontos de até 20% em eletrodomésticos". No site do Ricardo Eletro, o convite está direto: "Aqui a redução do IPI já começou. Aproveite!". Essa rivalidade foi cantada pelo presidente da Latina Eletrodomésticos, Valdemir Dantas, na manhã de ontem. Segundo ele, nada impediria que o varejo começasse a liquidação já na quinta-feira, uma vez que a medida incide até sobre os estoques.
Em breve reunião com o ministro Guido Mantega, antes do anúncio, representantes do varejo se comprometeram a lançar uma campanha no fim de semana para propagar a redução do IPI. Depois, a presidente do Magazine Luiza, Luiza Trajano, disse ter certeza de que o comércio agiria rapidamente na redução da alíquota.
A empresária previu uma queda média de 10% a 15% no preço dos produtos e avaliou que as medidas serviriam para evitar um desempenho ruim em dezembro, período que representa 30% do resultado das vendas do ano.
O presidente da Associação Nacional de Fabricantes de Produtos Eletroeletrônicos (Eletros), Lourival Kiçula, projetou um crescimento de 5% a 10% nas vendas no primeiro trimestre de 2012 na comparação com janeiro a março deste ano. Consequência, segundo ele, de uma forte queda de preços. "A redução de 10% vai ser o mínimo que acontecerá lá na ponta", afirmou.
Já o presidente da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), Paulo Safady, estimou que as medidas devem impactar em R$ 1 bilhão em obras de habitação. Ele ressaltou, porém, que falta ainda o governo dar uma palavra de estímulo ao programa Minha Casa, Minha Vida 2. Mantega também aproveitou para alertar os empresários que acompanhavam o anúncio na sede do ministério. "A economia vai continuar crescendo. Então, vocês preparem os investimentos, porque se não vai faltar produto."
Veículo: Valor Econômico