Entressafra eleva preços da banana

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Caixa de 20 quilos do tipo prata está cotada a R$ 24, valor 60% superior aos R$ 15 praticados em outubro.


O período de entressafra da banana em Minas está aumentando os preços da fruta e garantindo lucro para os produtores. De acordo com a Associação Central dos Fruticultores de Minas Gerais (Abanorte), sediada em Janaúba, a tendência é que os preços se mantenham em alta. Atualmente, a caixa de 20 quilos do tipo prata está cotada a R$ 24, valor 60% superior aos R$ 15 praticados até meados de outubro.

A alta nos valores pagos pela banana foi detectada também pelos pesquisadores do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea). Segundo a equipe, a cultura do Norte de Minas iniciou a entressafra em novembro. Dessa forma, os preços, tanto da variedade prata quanto da nanica, devem reagir, elevando a rentabilidade de produtores. De modo geral, bananicultores vêm registrando bom desempenho durante este ano e, até o final de dezembro, o resultado pode ser ainda melhor.

Mesmo com a oferta elevada no início do segundo semestre (de julho a outubro), produtores mineiros comercializaram a caixa de 20 quilos da banana prata na média de R$ 15,41.

Segundo o Cepea, os valores praticados até outubro já estavam acima do mínimo estimado para cobrir as despesas com a cultura. Diante disso, a expectativa é de que os produtores aumentem os investimentos na cultura em 2012, principalmente em tratos fitossanitários e adubação.

A oferta nacional de banana nanica está reduzida, cenário que tem sustentado as cotações da fruta. Nos últimos meses, as principais regiões produtoras da variedade se beneficiaram com os elevados preços da variedade. De modo geral, ao longo deste ano, não houve excesso de oferta. Isso ocorreu devido ao clima desfavorável no norte de Santa Catarina, o que evitou picos de safra. O tempo ruim também reduziu a oferta do Vale do Ribeira, em São Paulo. Os vendavais em fevereiro e enchentes em agosto prejudicaram a produção.

Desta forma, de agosto a outubro, a banana nanica, no Norte de Minas, foi comercializada, em média, a R$ 13,87 por caixa de 22 quilos, valor 15% maior que o de outubro de 2010. A cotação em novembro, segundo as informações da Abanorte, ficou em torno de R$ 10, porém a tendência é de mercado firme ao longo de dezembro, devido à oferta ajustada.


Recuo - Para os pesquisadores do Cepea, as vendas de banana devem recuar em ezembro, fator típico do período, explicado pelo desaquecimento da demanda em final de ano. Isso ocorre uma vez que os consumidores tendem a adquirir frutas tradicionais da época.

Outro fator que reduz a demanda são as férias escolares, uma vez que a banana é consumida em larga escala na merenda escolar. Com o consumo em queda, os preços da fruta podem ser pressionados. No entanto, há estimativas de que a baixa oferta e a melhoria na qualidade de ambas as variedades, nas principais praças produtoras, limitem as possíveis desvalorizações da banana.

A produção de bananas no Norte de Minas é crescente. Somente em 2011 é esperado aumento de 20% no volume de produção da fruta. A utilização de cultivares de alta produtividade e maior resistência às principais doenças que comprometem os bananais, como a sigatoka amarela, sigatoka negra e o mal do Panamá, são os principais fatores que impulsionam a cultura.

Neste ano serão produzidas cerca de 320 mil toneladas do produto na região Norte do Estado. A área ocupada pela cultura será a mesma. O crescimento na produção se deve aos investimentos nos bananais mais antigos e a substituições das cultivares comuns pelas modificadas.


Exportações - Os principais mercados atendidos são o Rio de Janeiro, que responde pela aquisição de 45% da produção total, seguido por Minas Gerais, com 25%, e São Paulo, que compra cerca de 21% da produção. A Abanorte está desenvolvendo projeto para exportar o produto. A estimativa é começar os embarques no final de 2012 ou início de 2013. O momento atual é de desenvolvimento de estudos para solucionar problemas de conservação e manutenção da qualidade da fruta durante o processo de exportação. Grandes compradores da União Europeia já demonstraram interesse na formalização de contratos de compra.


Veículo: Diário do Comércio - MG


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