As boas perspectivas do Brasil entre os emergentes e o crescimento da indústria farmacêutica nacional, impulsionada pelos genéricos, levou a multinacional de origem francesa SGD a ampliar sua produção de frascos de vidros para atender esse mercado. Cerca de R$ 70 milhões estão sendo investidos pelo grupo, criado a partir do desmembramento da Saint Gobain em um grupo independente, em 2007, na ampliação de sua produção, das atuais 120 milhões de unidades por ano para até 300 milhões de unidades anuais.
“Entendemos que a indústria nacional deve aproveitar esse movimento e buscar reproduzir no Brasil as mesmas tecnologias e controle de qualidade de seus medicamentos que existem atualmente na Europa”, diz o presidente da SGD Brasil, André Liberali. Ele explica que o vidro oferece embalagens muito mais seguras e de mais duração do que os plásticos.
“O uso do vidro vai permitir um upgrade de qualidade para os produtos locais”, frisa Liberali. Com isso, ele sinaliza que empresas que investem milhões em pesquisa e desenvolvimento de novos medicamentos sintéticos e biológicos não vão querer colocar os seus produtos a perder em embalagens não adequadas. A embalagem de vidro é reconhecida para medicamentos devido a sua estabilidade, por não interagir com o conteúdo e garantindo barreira de oxigênio, além de ser mais adequada do ponto de vista ambiental.
A participação do setor de farmacêutica no faturamento da SGD Brasil, que também fornece vidros para cosméticos e perfumaria, é atualmente apenas de 15%. Mas a empresa pretende aumentar esse percentual para 40% até 2014, aproximando-se damédia do grupo, que é de50%do faturamento de 550 milhões de euros (R$ 1,32 bilhão). Entre os principais clientes da empresa estão as multinacionais Bohringer Ingelheim, Roche, Novartis, Sanofi e Pfizer, além das nacionais Medley, Hypermarcas e Teuto.
A maior parte do investimento da SGD na unidade brasileira foi investido na construção de um novo forno na fábrica situada em São Paulo, que será destinado exclusivamente ao mercado farmacêutico. Previsto para ser inaugurado em janeiro de 2012, o forno será dedicado à fabricação de vidro âmbar, com eventuais produções de vidro incolor. A fábrica brasileira é responsável pelo abastecimento de outros países da América do Sul, como Argentina, Peru, Colômbia e Equador, que absorvem atualmente5%de sua produção.
Recentemente, a SGD também anunciou o investimento de R$ 8 milhões na compra de máquinas e fornos destinados a ampliar sua área de decoração de frascos de perfumaria e cosméticos. Oobjetivo é atender empresas de grande porte como Natura, Avon, Boticário e Jequiti.
Veículo: Brasil Econômico