Predilecta Alimentos destinará R$ 20 milhões a nova fábrica

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A Predilecta Alimentos, produtora de atomatados, goiabadas e conservas vegetais que recentemente entrou no mercado de néctar de frutas, investirá R$ 20 milhões em 2012 em uma nova fábrica. A empresa, que conta atualmente com uma planta própria e três coligadas, sonda duas cidades do Estado de São Paulo para receber a unidade. Os aportes somam-se aos R$ 40 milhões investidos em 2010 que dobraram a capacidade de produção de milho em lata da companhia, e aos cerca de R$ 10 milhões investidos em 2011 na modernização e ampliação das unidades atuais.

"Estamos correndo para adaptar nossa estrutura a fim de atender ao enorme crescimento da demanda provocado pela saída da Brasfrigo", conta o sócio-diretor da empresa, Antônio Carlos Tadiotti, referindo-se aos rumores de que a fabricante da Jurema estaria fechando as portas, o que já foi negado pela companhia na última semana. Outro fator de aumento da produção é a fabricação de marcas próprias para Walmart, Carrefour, Dia e Qualitá, que apresentam margens de lucro pequenas, mas alavancam a venda dos demais produtos da empresa.

Em 2010, a Predilecta produzia cerca de 8 milhões de latas de milho por mês; agora, são mais de 20 milhões, em duas fábricas. O faturamento da empresa deve fechar o ano com crescimento de 20,9% em relação ao de 2010, e para o próximo ano a previsão é de incremento de 15% na receita.

Apesar de exportar para 56 países, Tadiotti diz não considerar o mercado externo ao fazer suas previsões de crescimento devido às instabilidades do cenário internacional. O empresário acredita que essa agitação explica a grande quantidade de ofertas de compra que a empresa tem recebido de grupos estrangeiros interessados na estabilidade do mercado brasileiro. Mas, de acordo com ele, vender a empresa não está no horizonte.

Já a Brasfrigo não descarta essa hipótese, como relata Fabiano Blanc, integrante do comitê de gestão do grupo BMG, responsável pela reestruturação da empresa. "Temos abordagens de diversos interessados do Brasil e de fora do País, mas o objetivo agora é a reversão de resultados", afirma. Em 2009, a empresa teve prejuízo de R$ 75 milhões, e de R$ 77 milhões em 2010. O faturamento nos mesmos anos foi de R$ 274,2 milhões e R$ 276,6 milhões, respectivamente, enquanto a dívida foi reduzida de R$ 116 milhões para R$ 58 milhões. "Implementamos um plano de reestruturação que visa a, mantendo a qualidade, melhorar o faturamento, consolidando nosso espaço no mercado de alimentos", diz.

A fabricante das marcas Jurema, Jussara e Tomatino deixou a produção de marcas próprias para supermercados e descontinuou produtos como maionese e ketchup em embalagens plásticas e milho em embalagem TetraPak (longa-vida). Além disso, deve lançar a marca Terrabella, utilizada para exportação, no mercado interno de atomatados premium. Em 2012 a empresa espera aumentar de 10 a 15% seu faturamento, investindo na adequação de linhas para lançar novos produtos no segundo semestre, como doces em conserva.

A dificuldade da Brasfrigo foi a última turbulência de um ano agitado. Já no mês de março, a americana Heinz adquiriu, por R$ 1 bilhão, 80% da goiana Quero Alimentos. Dois meses depois, passou a ecoar no mercado a informação de que a Hypermarcas estaria negociando a venda da marca Etti. Ainda em maio, a Bunge anunciou sua estreia em atomatados, com a marca Primor, através de uma parceria com a Siol Alimentos. Em setembro, a Cargill adquiriu por cerca de R$ 600 milhões o negócio de produtos de tomate da Unilever no Brasil.

Segundo a consultoria KPMG, o setor de alimentos e bebidas brasileiro teve 30 negócios, entre fusões e aquisições, até o terceiro trimestre do ano, 10 dos quais foram liderados por empresas estrangeiras. No segmento de atomatados e vegetais em conserva, esses negócios seguem uma mesma lógica, acredita o sócio da área de fusões e aquisições do grupo, Luís Motta. "Todos eles estão buscando ter produtos de presença forte no ramo de food service, que está crescendo muito no Brasil. Outra questão é ganhar uma rede de distribuição mais ampla no varejo, tendo um poder de barganha maior ao ampliar o sortimento de produtos."


Veículo: DCI


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