Farmacêuticas são investigadas por barrar genéricos

Leia em 1min 40s

Secretaria de Direito Econômico abriu processo contra três laboratórios que teriam usado processos na Justiça para impedir concorrência


A SDE (Secretaria de Direito Econômico) do Ministério da Justiça abriu processos administrativos para investigar três farmacêuticas que teriam entrado com ações na Justiça para impedir a venda de versões genéricas de remédios que comercializam.

A secretaria investiga as ações da Genzyme em relação ao remédio Renagel, para insuficiência renal; da Lundbeck, quanto ao antidepressivo Lexapro, e da Eli Lilly a respeito do medicamento Gemzar, para câncer.

"Abrimos o processo porque havia indícios de conduta anticompetitiva. Impedir a concorrência tem impacto direto para o consumidor e para a sociedade, por causa das licitações do SUS", afirma Vinicius Carvalho, secretário de Direito Econômico.

Segundo a SDE, a Genzyme e a Lundbeck entraram na Justiça contra a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), alegando que a agência usou informações confidenciais para registrar as versões genéricas.

Há também suspeitas de que a Lundbeck tenha feito campanha contra genéricos e similares para consumidores e associações de pacientes que usam o Lexapro.

No caso da Eli Lilly, a empresa entrou com ações e recursos na Justiça pedindo a exclusividade da venda do Gemzar, mas a patente do princípio ativo foi negada pelo Inpi (Instituto Nacional de Propriedade Intelectual).

Ainda assim, a empresa conseguiu uma liminar que retirou a possibilidade de o genérico participar de algumas licitações. Com a revogação da liminar, o preço baixou de R$ 589 para R$ 189.

As conclusões da investigação serão enviadas ao Conselho Administrativo de Defesa Econômica. Em caso de condenação, as empresas podem pagar multa de até 30% de seu faturamento bruto.

OUTRO LADO

A assessoria da Eli Lilly diz que não teve acesso ao processo e que buscou o judiciário de acordo com a legislação para proteger o que entende ser seu direito.

A Genzyme do Brasil diz refutar qualquer acusação de prática de concorrência desleal. "A empresa sempre se pautou pelo respeito à concorrência", afirmou.

João Carlos Rocha, gerente geral da Lundbeck, afirma que a empresa não ingressou com qualquer ação judicial de modo abusivo para garantir a venda do Lexapro.


Veículo: Folha de S.Paulo


Veja também

Malwee estreia no varejo com novo presidente

Fundada em 1968 pela família Weege em Jaraguá do Sul, a empresa de confecções Malwee acaba d...

Veja mais
Anvisa aperta o cerco ao cigarro

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) realizou ontem audiência pública par...

Veja mais
IPI menor demora a ter efeito em 2011

Alto endividamento e renovação recente de eletrodomésticos limitam alcance de redução...

Veja mais
Blitz em itens natalinos: 21% de problemas

Um quinto dos produtos de Natal vendidos no Estado de São Paulo foi reprovado por apresentar irregularidades, seg...

Veja mais
Eudora chega ao Natal com 14 lojas e meta ambiciosa

Criada em fevereiro deste ano pelo Grupo Boticário, a marca Eudora multiplicou-se por 14 pontos comerciais nos &u...

Veja mais
Panetone e fruta seca reprovados

Um quinto dos produtos de Natal vendidos no Estado de São Paulo foram reprovados por apresentar irregularidades, ...

Veja mais
Setor têxtil aponta 27 subsídios da China

Os produtos saem do mercado asiático com vantagem competitiva de 30% O setor têxtil é um dos maiores...

Veja mais
Industrialização contribuiu para redução do leite informal

A industrialização do setor leiteiro nacional cresceu a passos largos nos últimos anos, o que troux...

Veja mais
Ribeirão das Neves terá aportes de R$ 100 mi

O grupo atacadista e distribuidor Atende Participações, com sede em Caratinga (Vale do Rio Doce) e especia...

Veja mais