Fundada em 1968 pela família Weege em Jaraguá do Sul, a empresa de confecções Malwee acaba de dar um passo importante para reposicionar os negócios e brigar pelo espaço da marca no mercado de varejo brasileiro. Em novembro, foram inauguradas as primeiras seis lojas com a bandeira Malwee, em São Paulo e Minas Gerais, todas em shoppings centers.
A estreia marca também a chegada de Guilherme Weege, 31 anos, da terceira geração da família e filho do até então presidente Wandér Weege, 65 anos, ao comando da empresa. A transição ocorreu com pouco alarde em uma cerimônia interna e começou a ser desenhada há três anos, segundo Guilherme. "A transição foi muito bem pensada para termos certeza de que a cultura deste grupo familiar centenário seria mantida e fortalecida em todos os seus pilares", informou o executivo ao Valor, em entrevista por e-mail.
Desde 2004, Guilherme estava encarregado de algumas áreas da parte têxtil dentro da Malwee e ficou responsável pela diversificação dos negócios do grupo. Nos últimos anos, ele presidiu a LMG Roupas e fundou o conselho da Dobrevê Energia (DESA), do qual é presidente. O pai, Wandér, vai manter a posição de presidente do Conselho de Administração da empresa.
A operação no varejo vai reforçar o posicionamento das coleções da Malwee que, desde 2009, passaram a buscar inspiração nas raízes da cultura brasileira, com cores intensas e motivos da flora e da fauna nacional. Das seis lojas inauguradas no mês passado, três são voltadas para o público adulto e foram batizadas como "Malwee um Abraço Brasileiro", e três infantis, chamadas de "Malwee para Brasileirinhos". Quatro lojas estão em São Paulo e duas em Belo Horizonte.
Segundo Weege, o investimento irá reforçar a parceria com o canal multimarca como uma espécie de espelho para que os lojistas conheçam as coleções inteiras e o conceito da marca. "Com esta estratégia, a Malwee alia suas novas lojas monomarcas aos mais de 25 mil pontos de venda multimarcas pelo Brasil, adaptando-se a um mercado cada vez mais exigente e competitivo", informou o empresário, que não detalha os planos para o próximo ano.
Eugênio Foganholo, consultor especializado em varejo que prestou serviço para a Malwee, diz que as lojas próprias deverão garantir uma melhor exposição. "Hoje raramente se encontra a marca Malwee em shoppings centers, porque há poucas lojas multimarcas nestes espaços", explicou.
Fechada em relação à divulgação de números de faturamento e lucro, a Malwee produz cerca de 50 milhões de peças por ano e opera com sete plantas industriais diferentes. Cinco delas estão em Santa Catarina e duas no Nordeste - na Bahia e no Ceará.
Veículo: Valor Econômico