IPI não altera produção da Suggar

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O comércio projeta alta nas vendas da linha branca de eletrodomésticos com a redução do imposto


Enquanto o varejo está comemorando a redução do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) para eletrodomésticos da linha branca, nem todas as indústrias do setor esperam crescer na esteira da medida do governo. A mineira Suggar, por exemplo, já estava com os negócios aquecidos mesmo antes do alívio tributário concedido pelo Planalto. E, segundo o presidente da companhia, José Lúcio Costa, a decisão não interfere em nada nas perspectivas da empresa.

A Suggar já está trabalhando 24 horas por dia para dar conta da crescente demanda por lavadoras de roupas, hoje a maior aposta da firma. Com isso, Costa diz que seria impossível atender a um possível aumento de pedidos em decorrência do corte do IPI. "Mas eu sempre aplaudo reduções de impostos, apesar de essa ter sido um pouco demagógica porque o mercado já estava muito bom", afirma.

O executivo diz que diferentemente de empresas de outros setores que têm sido atingidos pela desaceleração da economia, a Suggar está inserida em um cenário de crescimento promovido pelo maior poder de compra das classes C e D. Neste ano, a companhia investiu cerca de R$ 12 milhões para aumentar a eficiência e diversificar a produção de sua fábrica no bairro Olhos D’água, na região do Barreiro. Além disso, a planta está em fase de expansão para passar, em 2013, dos atuais 40 mil metros quadrados para 56,4 mil metros quadrados. E o presidente da Suggar garante que a fase otimista não tem data pra acabar.

Costa aposta na estimativa de que 68% das casas brasileiras não têm máquinas de lavar roupas. Para atender a essa potencial fatia de mercado, a Suggar fabrica sete modelos de lavadoras semiautomáticas. A empresa prevê conquistar, até o fim do ano, 50% de market share no segmento, alcançando a liderança do setor.

Apesar disso, a produção em território nacional é limitada. Dos 154 itens comercializados pela marca, somente nove são fabricados no Brasil. E para mudar essa conjuntura, tornando as mercadorias feitas no país mais competitivas, Costa afirma que é necessário muito mais do que uma redução temporária de impostos. As atuais alíquotas do IPI valerão até março de 2012.

O empresário refere-se a uma reestruturação completa que engloba desde taxas de juros mais atraentes a redução de impostos incidentes sobre a mão de obra. Atualmente, a Suggar importa a maioria dos produtos que vende da China, principalmente, Itália e Argentina.

Costa cobra mais critério, inclusive, das cobranças de IPI, que variam de produto para produto. Enquanto o IPI cobrado sobre os fogões, por exemplo, é de 4%, o dos microondas é de 30%. "Isso precisa ser organizado. Não faz sentido uma lavadora Brastemp ter 20% de IPI e um tanquinho, 10%", questiona.

Comércio - Independentemente das discussões, o IPI mais barato de fato está estimulando o consumo das famílias. Prova disso é que a Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDJ) reviu suas expectativas de crescimento para o Natal deste ano de 6% para 8,5%.

Porém, o preço mais competitivo dos tanquinhos, máquinas de lavar, fogões e geladeiras não será suficiente para que o varejo supere o incremento registrado em 2010 sobre 2009, quando a alta chegou a 10,89%.


Veículo: Diário do Comércio - MG


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