Analistas de mercado colocam em dúvida capacidade do maior varejista europeu recuperar o terreno perdido para concorrentes menores
O Carrefour voltou a perder participação no mercado francês para concorrentes de capital fechado,segundo dados de uma consultoria, aumentando receios de que a maior varejista da Europa faça outro alerta de lucro no próximo mês. A companhia deve anunciar as vendas do quarto trimestre em 19 de janeiro e se negou a comentar a redução.
As ações do Carrefour perderam 46% neste ano após uma série de alertas de lucro menor e mudanças estratégicas, alimentando especulações de que o presidente-executivo Lars Olofsson não sobreviverá a um novo alerta.
De acordo com a consultoria KantarWorldpanel, a participação de mercado dos hipermercados franceses sob a bandeira do Carrefour caiu 0,9 ponto percentual, para 11,3% em novembro, enquanto a do Leclerc subiu 0,8 ponto, para 18,3%.O Casino viu sua participação de mercado cair 0,2 ponto percentual, enquanto o Auchan perdeu 0,1 ponto. Este é mais um golpe no Carrefour, que vem tentando aumentar as vendas
dos hipermercados na França por meio de cortes de preço, em meio a um plano ambicioso de retomar seu formato de hipermercado na Europa. “Dúvidas sobre a capacidade do Carrefour de ter resultados dentro do previsto só podem crescer", diz o analista Christian Devismes, da CM-CIC.
Analistas
Nesta quinta-feira, a corretora ING reduziu a recomendação das ações do Carrefour para “vender”, explicando que a queda na confiança dos consumidores em mercados maduros coloca a previsão de lucro para 2011 ainda mais em risco.“O Carrefour precisa de boas vendas no quarto trimestre, especialmente em hipermercados,para alcançar a previsão de queda de 15% a 20% no lucro operacional no fechado de 2011", afirmaram analistas da ING em comunicado. A ING agora prevê lucro operacional de 2,12 bilhões de euros (2,75 bilhões de dólares), queda de 22,5% em relação aos ganhos de 2010, ajustados pela divisão da unidade de descontos Dia.
Espera-se novidades para 2012. Por mais de uma vez, os dois principais acionistas da varejista francesa deixaram claro que não estão felizes com os resultados.
Veículo: Brasil Econômico