Kimberly-Clark investe em fábrica no Nordeste

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A fabricante americana de bens de consumo Kimberly-Clark quer quase dobrar sua participação no mercado nordestino de fraldas, absorventes íntimos e papéis higiênicos em cinco anos. A região responde hoje por 18% da receita da filial brasileira, mas a empresa acredita que há potencial para chegar a 30%. Hoje a companhia faz o anúncio oficial do investimento de R$ 100 milhões em uma fábrica e um centro de distribuição em Camaçari (BA). Serão 220 mil metros quadrados, com previsão para começar a operar em dezembro de 2012.

 

"Nós temos todos os projetos prontos e um cronograma ambicioso. Precisamos começar o movimento de terraplanagem imediatamente, antes que comecem as chuvas", diz o presidente da Kimberly-Clark no Brasil, João Damato. Segundo ele, a fábrica no Nordeste deve criar 430 empregos diretos e 1.300 indiretos e será a quinta unidade fabril do grupo no país.

 

"Os nossos próximos passos, depois de Nordeste, são Centro-Oeste e Norte, nessa ordem de prioridade", diz Damato. A companhia tem quatro unidades no país, em Suzano (SP), Mogi das Cruzes (SP), Eldorado do Sul (RS) e Correia Pinto (SC). O Norte é a região que mais cresce em vendas, mas o consumo ainda é pequeno e concentrado em Belém e Manaus.

 

De acordo com a companhia, a fábrica de Camaçari faz parte de um plano de investimento no Brasil que soma R$ 250 milhões entre 2009 e 2012. As vendas no país cresceram 14% em 2011, na comparação com o ano passado, levando a operação brasileira a ultrapassar Austrália e Coreia e transformar-se na terceira maior do mundo, atrás de EUA e México.

 

As vendas da Kimberly-Clark no Nordeste cresceram 60% nos últimos três anos. A fábrica de Camaçari vai produzir as fraldas Turma da Mônica, os absorventes Intimus e o papel higiênico Neve. Para expandir a receita na região, a empresa vai reforçar em 50% o investimento em marketing.

 

Hoje tudo que é consumido da marca no Nordeste é fabricado no Sul. A estimativa é que 1.100 carretas deixem de atravessar o país no primeiro ano de operação. A participação do custo de distribuição na receita da empresa será reduzida em 5 pontos percentuais, segundo Damato.

 

Além das vantagens fiscais que a Kimberly obteve do governo local, a empresa pode ter outro ganho. A cidade de Camaçari deverá ter a primeira fábrica da América do Sul de polímeros superabsorventes (SAP), usados em fraldas e absorventes íntimos. A unidade começou a ser construída pela alemã Basf no município, com previsão para começar a operar em 2014.

 

As operações internacionais da Kimberly - que incluem América Latina, Ásia, Oriente Médio, África e Leste Europeu - têm puxado as vendas da empresa no mundo. A companhia prevê continuar com esse movimento, segundo seu relatório de resultados do terceiro trimestre. No período, o lucro da empresa caiu 8% em relação a 2010.

 

Diante das incertezas internacionais, cresce o foco nas operações brasileiras. "Há dez anos a Kimberly-Clark no Brasil era um conjunto de seis empresas compradas, sem nenhuma cola cultural. Ela era deficitária e tinha problemas de gestão. Hoje, a sua existência é essencial para a Kimberly-Clark no mundo", diz Damato.

 


Veículo: Valor Econômico


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