Mesmo com restrições ao fumo, investimento no tabaco cresce

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Com aumento na produção, grupo japonês injeta R$ 10 mi em centro especializado no Sul

Segundo a Associação dos Fumicultores, com fim das plantações na Europa, as vendas estão voltadas para o exterior


Nem as leis antifumo pelo país nem a possibilidade de mais restrições à venda do cigarro parecem ter abalado a cadeia do tabaco no Brasil.

No Sul, que concentra o setor, mais investimentos chegam, a produção aumenta e as exportações sobem.

No início do mês, um grupo japonês inaugurou um centro mundial de desenvolvimento na região de Santa Cruz do Sul (RS), o principal polo brasileiro do tabaco.

A última safra no Sul deve ser quase 20% maior do que a anterior -a terceira melhor de toda a história, de acordo com dados do Sindicato da Indústria do Tabaco.

Isso ocorre apesar do repetido discurso nos últimos anos da necessidade de diversificação da produção na região, com cidades extremamente dependentes do fumo.

O número de produtores, após atingir um pico histórico em 2005, voltou a subir na última safra, chegando a quase 186 mil nos Estados do Sul.

O Ministério do Desenvolvimento Agrário mantém programas para incentivar os agricultores a substituir suas plantações de fumo.

Em outra frente do cerco ao tabaco, a presidente Dilma Rousseff sancionou na semana passada uma lei que proíbe os fumódromos.

PARA FORA

O investimento da Japan Tobacco International no centro de desenvolvimento de Santa Cruz do Sul é de R$ 10 milhões.

Alheia às restrições, a empresa, responsável por marcas como Camel e Winston, afirma que a operação foi decidida após "análise criteriosa do ambiente de negócios" no Brasil. E diz que a nova unidade dará "estabilidade" à produção de tabaco.

Neste mês, produtores sulistas estiveram em Brasília em mobilização contra a proposta discutida na Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) de criar advertências aos consumidores mais agressivas nos maços.

Outra ideia debatida na ocasião foi a proibição do uso de aditivos nos cigarros, o que, diz a indústria, geraria prejuízo a 50 mil produtores.

O secretário da Associação dos Fumicultores do Brasil, Romeu Schneider, afirma que, com aumento do consumo do cigarro na Ásia e o fim de plantações na Europa, as vendas estão cada vez mais voltadas ao exterior.

Schneider, porém, prevê queda na safra 2011/2012. "O mercado legal e o consumo estão sendo inviabilizados."



Veículo: Folha de S.Paulo


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