Faturamento da Embaré cresce 14%

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Índice estimado para 2011 é inferior à média histórica dos últimos dez anos.


A Embaré Indústrias Alimentícias S/A, com unidade fabril em Lagoa da Prata, na região Centro-Oeste, vai encerrar 2011 com alta de 14% no faturamento em relação a 2010. O índice está menor que a média histórica de crescimento da empresa nos últimos dez anos, bem como os 17% projetados no início deste exercício. No entanto, de acordo com o diretor-presidente da empresa, Hamilton Antunes, tendo em vista o cenário de desvalorização do dólar, o resultado pode ser considerado positivo.

Segundo ele, a sobrevalorização do real frente ao dólar inibiu bastante a exportação de produtos lácteos ao longo de 2011, ao mesmo tempo em que contribuiu para o aumento das importações destes produtos. "Com o dólar baixo, o custo de produção caiu muito no mercado internacional e isso acabou afetando significativamente os negócios da Embaré. Apesar de termos produzido e vendido o que esperávamos, a rentabilidade caiu consideravelmente, o que influenciou no faturamento do exercício", diz.

Por outro lado, Antunes destaca que o aumento da produção e, conseqüentemente, da presença dos produtos da empresa nas prateleiras, garantiu o crescimento dos negócios. O dirigente se refere aos frutos do investimento de R$ 65 milhões, realizado na ampliação da planta nos últimos anos. Com os aportes, foi possível um incremento de 600 mil litros de leite por dia na capacidade de processamento que, atualmente, é de 1,7 milhão de litros de leite/dia e 2,2 mil toneladas de doces/mês.

Outra inversão que garantiu o desempenho da Embaré ao longo de 2011 foi a entrada no segmento de leite longa vida (UHT), mediante a aplicação de R$ 26 milhões. Os recursos foram destinados majoritariamente à aquisição de maquinário de alta tecnologia, importado da Suíça. Segundo Antunes, a decisão de investir neste segmento foi ancorada na diversificação da oferta de produtos da empresa, até então muito voltada para a produção de leite em pó e doces.

"A nova linha de leite longa vida nos proporcionou a abertura de novos mercados. Além disso, buscamos atender à demanda dos consumidores por produtos de maior valor agregado, com leites para diferentes perfis de consumidores", justifica.

A linha de leite longa vida da Embaré tem capacidade de envase de até 300 mil litros de leite por dia. A princípio serão envasados 200 mil litros/dia. A expectativa da Embaré é atingir 10% do mercado de leite longa vida da região Leste do país em até dois anos.


Investimentos - Para 2012, as expectativas são otimistas. Segundo o diretor-presidente, como o dólar estabilizou nos últimos meses e o governo federal tem adotado medidas de contenção das exportações, é possível que a concorrência internacional diminua, permitindo uma melhora da rentabilidade e, por conseqüência, aumento do faturamento no ano que vem. Os investimentos também deverão ser maiores e deverão somar algo em torno de R$ 30 milhões. "Além disso, já em janeiro vamos inaugurar um centro de distribuição (CD) de 11,6 mil metros quadrados de área, em Lagoa da Prata", informa.

Atualmente, os produtos da Embaré estão divididos em duas categorias: confeitaria e lácteos. Segundo Antunes, do total de 1,7 milhão de litros de leite industrializados por dia, 92% são destinados aos lácteos e o restante (8%) aos doces. As exportações são praticamente todas concentradas nos itens de confeitaria, já que, do total de doces produzidos, metade é embarcada para 47 países, como Estados Unidos, Canadá e Rússia.

Já os itens lácteos têm maior concentração de vendas no mercado interno. Conforme Antunes, entre os principais mercados estão a região Nordeste, com destaque para Pernambuco, Paraíba e Alagoas - principais estados consumidores destes produtos. "Minas Gerais está aumentando a fatia de participação nos negócios da empresa com a comercialização do leite UHT", destaca.

Além do leite UHT, a Embaré produz ainda leite em pó, leite condensado, creme de leite, bebida láctea, manteiga e doce de leite, com capacidade de oferta de 1,6 mil toneladas por mês. Além disso, a linha de caramelos é dimensionada para 2,150 mil toneladas mensais.



Veículo: Diário do Comércio - MG


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