Eletroeletrônico fica mais barato em 2011

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Cotação média do dólar inferior à de 2010, apesar da alta recente, e concorrência com importados ajudam a reduzir preços

TVs ficam 18% mais em conta, e computadores, 12%; produção interna recua, apesar de alta nas vendas no país


Nem o repique do dólar após o agravamento da crise europeia, que poderia encarecer produtos e componentes importados, foi capaz de interromper a forte queda dos preços ao consumidor de eletrodomésticos, artigos de informática e eletroeletrônicos.

Segundo levantamento da Folha com base em dados do IBGE, produtos com TVs chegam a registrar recuo de 17,76% em 2011. O computador ficou 12,32% mais barato.

Um dos motivos é o próprio câmbio. Na média de 2011, o dólar ainda está quase 10% abaixo de 2010, apesar da alta nos últimos meses.

Isso manteve os componentes mais baratos e promoveu ainda a importação de produtos acabados, segundo representantes da indústria.

A Abinee (Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica) diz que a queda do preço do computador é resultado principalmente do câmbio e dos menores custos com peças importadas -que representam 75% do produtos finais feitos no país.

A associação constatou ainda um aumento de 14% nas importações de computadores prontos neste ano.

Já Lourival Kiçula, presidente da Eletros, diz que itens como TVs sentem mais os benefícios do avanço tecnológico, do ganho de escala na produção global e da consequente redução dos preços internacionais da componentes como telas de LCD e LED, que são importadas pelos fabricantes brasileiros.

No caso dos eletrodomésticos, há também o benefício da redução do IPI (que vigorou até março deste ano e foi reeditado agora em dezembro) para a linha branca.

O fogão, por exemplo, caiu 4,43% neste ano. A geladeira subiu 1,71%, mas ficou aquém da inflação (6,56%).

Produtos como liquidificadores (-4,25%), diz, também passaram a sofrer maior concorrência com importados, o que fez os preços cair.

Para o economista-chefe da Confederação Nacional do Comércio, Carlos Thadeu de Freitas, a principal contribuição para o recuo de preço é a competição com importados.

Tal situação, avalia, intensifica-se com a crise, já que os mercados europeu e dos demais países desenvolvidos se retraíram e sobram produtos a preços mais baixos.

"Há uma deflação de produtos industriais no mundo, e o Brasil, com o real valorizado e o consumo mais aquecido, é destino crescente de importações."

Prova disso, diz, é o descompasso entre as vendas do varejo e a produção da indústria. Enquanto o comércio de móveis e eletrodomésticos cresceu 17,3% até outubro, a produção da linha marrom (TV e som), por exemplo, caiu 3,5%, segundo o IBGE.

O mesmo ocorre com o setor de informática. As vendas ao consumidor subiram 16,4% até outubro. Já a produção registra queda de 2,5% no período. "Essa diferença está sendo atendida por produtos importados."

IPI

Após a decisão do governo de baixar novamente o IPI da linha branca, no dia 1º, já começaram a recuar os preços de fogões (1,28%) e geladeiras (1,04%). Os dados consideram apenas os 15 primeiros dias do mês.


Veículo: Folha de S.Paulo


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