Bolsas e cintos crescem aquém do estimado

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O setor de bolsas e cintos em Minas gerais começou o ano de 2011 com a expectativa de crescer pelo menos 10% sobre o ano anterior, mas vai encerrar o período com incremento de 5% no máximo. "A economia não fluiu como imaginávamos e o fim de ano foi fraco", justifica Odair Pereira Barbosa, diretor do Sindicato da Indústria de Bolsas no Estado de Minas Gerais (Sindibolsas-MG), lembrando que em geral os últimos meses do ano são os melhores para o setor. "O que acontece é que os lojistas estão inseguros, não fizeram muitos pedidos com medo de aumentarem muito os estoques", opina Barbosa.

As empresas produtoras de bolsas e cintos têm algumas peculiaridades no Estado, como a grande concentração na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH) e o fato de que muitas são indústrias de pequeno porte, surgidas na antiga Feira Hippie, hoje Feira de Artes e Artesanato da Afonso Pena.

Boa parte das fábricas de bolsas do Estado fica em Belo Horizonte e Contagem. São cerca de 450 fabricantes no Estado, 110 deles instalados nos dois municípios da RMBH. Ao todo, eles geram cerca de 2,6 mil empregos diretos, mas, como há muita terceirização, eles acabam gerando ocupação para outras 2 mil pessoas.

 um setor que exporta pouco, o mercado consumidor das bolsas e cintos produzidos em Minas, além do próprio Estado, fica no Rio de Janeiro, São Paulo e parte do Centro-Oeste. "Pelo menos 70% da produção são vendidas em Minas Gerais", informa Odair Pereira.

Um dos maiores gargalos para o crescimento das indústrias do setor é que a bolsa é considerada pelo governo federal como um item supérfluo, por isso não conta com uma série de benefícios que outros produtos, como o sapato, por exemplo, possuem. A isenção do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) é um deles. Os altos custos de produção têm inviabilizado a concorrência com o mercado externo, que vem comercializando artigos a preços mais atrativos.

Saída - Uma das saídas defendidas pelo Sindibolsas para estimular o setor é a instalação de um polo industrial para essas indútrias na Grande BH. Em agosto, uma audiência pública realizada na Assembleia Legislativa do Estado de Minas Gerais discutiu a viabilidade de se instalar o polo em Ribeirão das Neves.

Para o presidente do Sindibolsas, Rogério Lima, a iniciativa fortaleceria o setor, pois os fabricantes de bolsas poderiam enfrentar juntos as dificuldades enfrentadas pelo setor. "Está virando um caos produzir bolsa no Brasil. Muitos empresários estão migrando para outros setores. Queremos fazer o polo para fortalecer esse segmento no Estado, pois individualmente ninguém consegue nada", disse. Lima explica que Ribeirão das Neves foi escolhida por ter mão de obra feminina abundante.

Ele defende ainda revisão da política fiscal, com isenção ou redução do IPI e readequação das leis ambientais, que hoje se aplicam da mesma forma tanto para as grandes empresas como para os micro e pequenos empreendimentos.



Veículo: Diário do Comércio - MG


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