O aumento do número de recalls feitos no Brasil, solicitação de devolução de um lote ou de uma linha inteira de produtos feita pelo fabricante, tem preocupado o Instituto de Defesa do Consumidor (Procon) do Distrito Federal. O vice-diretor-geral do órgão, Luis Cláudio da Costa, defende que os fabricantes tenham maior preocupação com os produtos que colocam no mercado para que não sejam obrigados a pedir a devolução por problemas de segurança que, em alguns casos, "colocam em risco a vida do cidadão".
O Departamento de Proteção e Defesa do Consumidor (DPDC) divulgou nesta semana que, em 2011, foram feitos 75 recalls de produtos, dos quais 55 de veículos automotores, carros e motocicletas. Em 2003, quando teve início a série histórica, foram registrados 33 recalls. Em 2009, foram 52 convocações. E, em 2010, os fabricantes solicitaram a devolução de 77 produtos, dos quais 64 de carros e motocicletas.
"Eu espero que, de uma forma positiva, o aumento de recalls nos últimos nove anos se deva à maior preocupação com a qualidade do que se coloca no mercado e não por se ter descoberto a disponibilização ao consumidor de produtos sem qualidade", destacou Luis Cláudio Costa.
O vice-diretor do Procon-DF ressaltou que o consumo aquecido de automóveis e motocicletas por incentivos fiscais e aumento do poder aquisitivo da população faz com que o órgão dedique uma especial atenção a esses casos. Segundo Luis Cláudio, esse é um bem de consumo cuja possibilidade de dano ao consumidor e a terceiros é maior "colocando em risco a própria vida das pessoas". Desde 2003, esses produtos lideram a lista de recalls realizadas pelas indústrias.
Veículo: Diário do Comércio - MG