Calçadista fechou exercício passado estagnado

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Apesar de não parecer muito positivo, o resultado é considerado bom, dada as circunstâncias da economia nacional.


Embora no início do ano passado o setor calçadista de Minas Gerais apostasse em crescimento superior a 5% em relação a 2010, o segmento encerrou 2011 com faturamento relativamente estável frente ao ano passado. De acordo com as previsões do Sindicato das Indústrias Calçadistas do Estado de Minas Gerais (Sindicalçados-MG), as empresas mineiras do setor encerrarão o exercício com aumento médio de 3% na mesma base de comparação.

Na avaliação do presidente da entidade, Jânio Gomes, apesar de não parecer muito positivo, o resultado é considerado bom, dada as circunstâncias e o desempenho apresentado pelo setor calçadista nacional, que vai fechar 2011 com maior queda no número de empregos, na balança comercial e na produção.

"Até agora, o mercado mineiro sentiu menos os impactos da crise financeira, em função do seu design, arrojo, qualidade e cuidado com o produto. E, também, é preciso ser considerado o trabalho de apoio do Sindicato tem oferecido às indústrias no que se refere á participação nas principais feiras do segmento, como Minas Trend Preview, Couromoda, Francal, Inspiramais, Fimec, entre outras. Sem contar o trabalho ininterrupto de qualificação e capacitação de mão de obra", explica.

O presidente do Sindicalçados-MG destaca que além das turbulências financeiras do mercado externo, a inundação de produtos importados, sobretudo chineses no Brasil, também foi um dos principais responsáveis pela estabilidade apresentada neste exercício. Conforme ele, apesar de medidas antidumping, o setor foi surpreendido com a prática da triangulação e de falsificação de certificados de origem dos produtos. "Isso torna a competição difícil e desequilibrada", ressalta.


Apoio - Para reverter este cenário, ele lembra que será preciso um apoio maior dos governos estadual e federal, de forma a estender para outros países a medida, que visa neutralizar os efeitos negativos causados pela importação de produtos com preços muito abaixo do mercado interno.

"Além disso, embora o governo tenha criado o plano Brasil Maior, que sinaliza um olhar para o setor, ainda convivemos com altíssima carga tributária e precisaremos continuar lutando pela diminuição destes tributos e pela real desoneração da folha de pagamento, que deverá ser uma desoneração efetiva, e não uma simples troca da base de tributação, também em 2012", diz.

Dessa forma, as expectativas para o próximo ano são mais otimistas. De acordo com o presidente do sindicato, além das ações de protecionismo ao mercado calçadista, o objetivo é que os empresários do setor estejam mais preparados para a gestão de pessoas, gestão empresarial e análise de mercados. "De maneira geral, será um ano de batalha contra as demissões e fechamento de fábricas, em função do aumento constante das importações de produtos chineses com preços que prejudicam o nosso mercado", lembra.

Atualmente somente 1% da produção indústria calçadista mineira, que conta com 3,6 mil empresas, é enviada ao mercado externo, índice que já foi bem superior. Para se ter uma ideia, até setembro deste ano, o setor havia exportado 1 milhão de pares, no valor de US$ 15 milhões, para América Latina, Estados Unidos, Europa e Oriente Médio. Do volume destinado ao Brasil, a maior parte, cerca de 60% do total fabricado, fica na região Sudeste, 30% é dividido entre o Centro Oeste e Nordeste e o restante pulverizado entre as demais regiões.



Veículo: Diário do Comércio - MG


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