Apesar da redução do volume, a exportação brasileira do agronegó- cio, segundo o ministro da Agricultura, deve chegar este ano aos R$ 100 bilhões
A produção nacional de grãos da safra 2011/2012 deve chegar a 158,433 milhões de toneladas, uma redução de 2,8% se comparada à safra anterior. A projeção é da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) e foi divulgada ontem, pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa). O arroz deverá apresentar a maior queda, principalmente devido à redução de 267,3 mil hectares da área plantada, em comparação com a safra 2010/2011, quando chegou a 2,8 milhões de hectares. Já as exportações, segundo o ministro da Agricultura, Mendes Ribeiro Filho, devem chegar a US$ 100 bilhões.
A queda da produção de grãos foi atribuída pelo Mapa à quebra de safra registrada até o dia 15 de dezembro na Região Sul e no Mato Grosso do Sul, por conta da estiagem. Rio Grande do Sul é o estado mais atingido, seguido por Paraná e Santa Catarina. Comparativamente ao balanço de dezembro da safra brasileira de grãos, a retração foi de 0,4%, o equivalente a 600 mil toneladas de grãos a menos.
O quarto levantamento da produção nacional de grãos realizado pela Conab indica que o Rio Grande do Sul deve ter a maior redução de área plantada com arroz. O estado deixará de cultivar 118,6 mil hectares com o grão. Soja e milho devem ocupar esses espaços.
Milho e soja somam 83% de toda a safra, com uma produção de 130,962 milhões de toneladas. O milho pode crescer 2,9%, considerando-se apenas a participação da primeira safra. A segunda safra, no entanto, só terá definida a situação de fevereiro em diante.
A área plantada da safra 2011/2012 deve ficar em torno de 50,447 milhões de hectares, com um crescimento de 1,1%, o que representa 528,2 mil hectares a mais do que a safra anterior, que alcançou 49,919 milhões de hectares. Milho primeira safra e soja são as culturas que devem contribuir para esse resultado, com um aumento de 9,1%, para 8,6 milhões de hectares, e 1,9%, para 24,6 milhões de hectares, respectivamente.
Exportação
O ministro da Agricultura, Mendes Ribeiro Filho, disse hoje (10) que o agronegócio brasileiro deve exportar, em 2012, mais de US$ 100 bilhões em produtos.
"Para chegar a US$ 100 bilhões precisamos apenas de um crescimento de 5,7% das exportações, que é um número que temos como alcançar", disse o ministro, ao se referir aos US$ 94,6 bilhões vendidos para outros países no ano passado.
O resultado de 2011 é o melhor desde 1997 - quando iniciou-se o registro da série histórica - e supera em 24% o alcançado em 2010, quando foram vendidos US$ 76,4 bilhões em produtos agropecuários.
Os complexos soja, sucroalcooleiro e carnes fizeram as maiores contribuições para o crescimento das vendas. Os principais destinos foram a União Europeia, China, os Estados Unidos, a Rússia e o Japão.
As importações de produtos do setor atingiram US$ 17,08 bilhões, crescimento de 28% em relação a 2010. Assim, o superávit da balança comercial do setor em 2011 ficou em US$ 77,51 bilhões, quase três vezes maior que o resultado global da balança comercial brasileira, que foi US$ 29,8 bilhões.
Exportações recorde em 2011
As exportações brasileiras do agronegócio registraram novo recorde em 2011, somando US$ 94,59 bilhões, valor 24% superior ao alcançado em 2010 (de US$ 76,4 bilhões). A meta do Ministério da Agricultura para 2012 é ultrapassar US$ 100 bilhões, com estimativa de 5,7% de aumento.
As importações brasileiras de produtos agropecuários atingiram US$ 17,08 bilhões (valor 28% superior ao registrado em 2010), resultando em um superávit de US$ 77,51 bilhões na balança comercial do agronegócio de 2011, crescimento de 22,9%. O saldo do setor agropecuário é quase três vezes superior ao acumulado no resultado global da balança comercial brasileira, que fechou o ano de 2011 com superávit de US$ 29,8 bilhões. O bom desempenho fez de 2011 o melhor ano para a balança comercial do agronegócio desde 1997.
Os produtos do complexo soja (grão, farelo e óleo) foram os que mais contribuíram para o crescimento das vendas externas e os que tiveram maior valor de exportação. Complexo sucroalcooleiro e carnes também se destacaram. Os principais destinos dos embarques de produtos nacionais foram os mercados da União Europeia, China, Estados Unidos, Rússia e Japão. Os produtos do complexo soja foram responsáveis por 38,7% do crescimento total de US$ 18,15 bilhões no agronegócio.
Veículo: DCI