Comprar em supermercados durante o ano passado pesou menos do que a inflação oficial na Capital. É o que mostra Índice de Preços dos Supermercados, calculado pela Associação Paulista de Supermercados junto à Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas, ao registrar 5,02% de aumento de preços, divulgado ontem.
O IPCA, do IBGE, fechou o ano em 6,5%, e cálculo da Fipe mostrou elevação de 6,55%. Em 2010, o IPS havia somado 8,77%. A Apas projeta manutenção do indicador para este ano. Em dezembro, a categoria carnes, leite e cereais apresentou a maior elevação, de 2,43% (0,36% no mês, graças ao Natal).
Em 2011, bebidas alcoólicas e não alcoólicas foram as grandes responsáveis por sustentar em 5,02% o custo maior nos estabelecimentos. Isso porque a Receita Federal atualizou preços de referência desses itens, em torno de 15%. Apesar de o aumento nas bebidas também ter se espraiado para a região, supermercadistas notaram que o açúcar teve expressiva elevação, sobretudo no segundo semestre. Houve valorização da commodity no mercado internacional, além do fato de parte da produção também ser destinada à fabricação de etanol, pressionando os valores.
"Com os problemas nas safras (de cana-de-açúcar), antes eu pagava R$ 0,60 por quilo de açúcar, e agora pago R$ 1,20", afirma o gerente comercial da rede Joanin, Rubens Castaldelli Júnior, de São Caetano. Já o sócio dos supermercados mauaenses Nevada, Zaíra 1, Zaíra 2 e Esperança, José Domingos da Silva, prevê baixa de custos. "Teremos o início da safra nos próximos meses e ouvimos dos fornecedores que os preços cairão." Mas ele contrapõe que os alimentos, ao contrário da desaceleração prevista para este ano pela Apas, devem subir na região.
Por aqui, só a carne bovina de primeira teve maior alta do que bebidas e o açúcar entre julho e dezembro (16,70% de repasse -), segundo a Companhia Regional de Abastecimento Integrado de Santo André. O arroz e o feijão tiveram ligeira queda e alta, respectivamente.
Veículo: Diário do Grande ABC - SP