Remuneração e treinamento viram foco do RH

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O desafio de atrair novos talentos para as empresas, somado à falta de mão de obra especializada em setores como tecnologia da informação, construção civil e cadeia de petróleo e gás, tem obrigado as gigantes destas áreas a aumentar a fatia de aportes destinados ao segmento de Recursos Humanos (RH). De acordo com pesquisa da Deloitte, as duas prioridades desses departamentos este ano serão as políticas de treinamento e de remuneração. De olho nisso empresas como a Helomática, Repor Brasil e Ecobenfícios ganham espaço e projetam crescimento a cima de 100% para 2012.

A pesquisa da Deloitte foi realizada com 97 companhias no Brasil, e revela que quase metade das empresas deve aumentar seus recursos na área de RH este ano. A prioridade é o desenvolvimento de talentos - o valor destinado a esses projetos aumentou de 2,2% do faturamento líquido no ano passado para 2,4% em 2011.

"Este número deverá crescer gradativamente nos próximos anos, principalmente nestes setores em que a demanda é realmente grande", afirma Pedro Simão, professor de Recursos Humanos e Gestão de Pessoas da Universidade de São Paulo.

De acordo com o professor, o número pode parecer pequeno, mas representa uma fatia importante do orçamento. "Estamos falando de 2,4% de um orçamento milionário, o que significa muito".

"Esse aumento", explica o professor, "é resultado do crescimento exponencial de diversas empresas que obrigam a aumentar o quadro de funcionários e resulta em dificuldade de encontrar bons profissionais", completa.

E essa postura otimista também reflete nas políticas de remuneração que também deve ter altas significativas este ano. "Muitas empresas aumentaram os salários acima do reajuste da inflação eu foi cerca de 4%", conclui.

Oportunidades

Quem aproveita este bom momento para ampliar as negociações é a rede Holomática que registrou, ano passado, um crescimento de 125% apoiado na inserção de gestão de recursos humanos em grandes companhias e a expectativa é crescer mais 64% até 2015, chegando a receita média de R$ 50 milhões.

De acordo com Eduardo Quadrado, diretor do grupo, o crescimento aconteceu devido há uma reestruturação nos negócios prestados. "Nos últimos anos buscamos, a partir do nosso conhecimento acumulado, desde o início em 1993, em Recrutamento e Seleção, atuar de modo cada vez mais consultivo e estratégico, integrando as funções de Consultoria, Tecnologia de Informação e Gestão de Pessoas", diz.

Com matriz em São Bernardo do Campo, na grande São Paulo, o grupo conta com clientes como a Volkswagen do Brasil, Sebrae-SP, Fensa/Coca-Cola, Jaguar Land-Rover, Ford, Avon, Martin-Brower, Volvo, além de já possuir o atendimento à MMGR (Motormanager S.A.), da Argentina. "O sucesso obtido em 2011 e parte do faturamento ainda maior para 2012 já garantido, com projeções de atingirmos R$ 50 milhões até 2015, são a ponta mais visível desse trabalho de remodelação pelo qual viemos passando", conclui o executivo.

Outro grupo que aposta na capacitação profissional é a rede Repor Brasil, que oferece suporte para redes atacadistas e varejistas que necessitam de profissionais para organizar as novas unidades. De acordo com Gilmar Edson Nogueira, diretor presidente da Repor Brasil, o grupo hoje conta com mais de mil funcionários e recentemente foi responsável pela inauguração das novas unidades em Ponto Grossa (PR), Novo Hamburgo e Pelotas (RS) e em Campos dos Goytacazes (RJ).

"Além dos promotores e inventariantes também temos um leque de prestadores de serviços que trabalham para que tudo esteja perfeito, nos mínimos detalhes", diz.

Benefícios

Voltada para o segmento de benefícios à funcionários a Ecobenefícios também desponta como uma alternativa para o empresário que quer descobrir como manter os bons funcionários.

De acordo com Alexandre Leite, diretor executivo da empresa é necessário que cada segmento entenda quais são os reais interesses de seus funcionários e adaptem seus benefícios aos públicos específicos. "Os benefícios podem variar em termos de idade e de interesses. Jovens, em geral, preferem benefícios ligados a tecnologia, comunicação, interatividade e conhecimento; enquanto pessoas mais velhas preferem benefícios mais ligados à segurança, tais como plano de saúde, acesso a produtos farmacêuticos etc. Também há interesses específicos e o que ocasiona a falta de desenvolvimento de benefícios mais customizados é a falta de sistemas capazes de mapear as diferenças entre os profissionais. A Ecobenefícios, entretanto, tem esses sistemas e oferece benefícios personalizados", disse.

Atualmente a Ecobenefícios atende cerca de 8,3 mil empresas, totalizando mais de 1,7 milhão de usuários em todo o Brasil, com unidades de negócios em todo o território nacional e a expectativa do executivo é ter fechado o na com a incorporação de mais 1 milhão de novos beneficiados no ano passado.

Futuro

Quando o assunto é o fim deste déficit de mão de obra especializada e o crescimento da demanda para os próximos anos o coordenador dos cursos de pós-graduação e MBAs da Trevisan Escola de Negócios, Olavo Henrique Furtado afirma que a necessidade de adaptar os negócios tornou-se imediata e por conta disso, diversas organizações estão apostando em um novo processo: o trainee executivo, cujo salário varia entre R$ 4 e R$ 8 mil.

"O problema é que os profissionais estão sendo alocados em uma função sênior, sem ter perfil para isso. A dificuldade das empresas está cada vez maior. O perfil das funções tem mudado sem que ainda tenhamos conseguido responder às exigências anteriores. Se já não temos tantos trainees no perfil antigo, imagine quando há novas exigências a esta função", argumentou Furtado.

De acordo com a Deloitte em 2010, as companhias destinaram o equivalente a 3% do faturamento para o pagamento de itens como participação nos lucros, bônus e incentivos de longo prazo.



Veículo: DCI


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