A Indústria de Alimentos Nilza deve voltar a processar e produzir leite longa vida até o fim deste mês, um ano após ter a falência decretada pelo juiz da 4ª Vara Cível de Ribeirão Preto (SP), Héber Mendes Batista, e há quase dois anos sem operar. O início das operações depende apenas de uma licença da Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb), já que as obras de infraestrutura - como limpeza de tanques e da linha de produção - foram feitas pela Airex Trading, que comprou a empresa do setor lácteo. "A previsão é que a licença saia até o fim da próxima semana para que possamos retomar a produção, com um processamento de 100 mil litros de leite por dia", disse o advogado e empresário Sérgio Alambert, proprietário da Airex. O retorno das operações deve ocorrer com o processo de julgamento da falência da Nilza ainda inconclusivo.
No dia 25 de janeiro de 2011, o juiz da cidade do interior paulista decretou a falência da Nilza após apontar fraude no processo de recuperação judicial. Escutas telefônicas do Ministério Público mostraram o pagamento a credores para votarem favoravelmente à venda da empresa à Airex. A decisão foi revertida em 31 de maio do ano passado pela Câmara de Falências e Recuperações Judiciais do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo (TJ-SP).
O Ministério Público do Estado recorreu da decisão do TJ-SP, teve o pedido negado, mas entrou com um recurso especial no Superior Tribunal de Justiça (STJ). O recurso deve demorar até três anos para ser julgado, segundo advogados que acompanham o caso. Alambert decidiu não esperar a decisão final e contratou, desde o fim de 2011, 50 funcionários para limpar e reativar a unidade de Ribeirão Preto.
Veículo: DCI