Indústria têxtil inaugura hoje o 'importômetro'

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Painel eletrônico vai mostrar quanto o País está importando e quantos empregos são perdidos


Depois do "impostômetro", vem aí o "importômetro", um painel eletrônico para mostrar em tempo real quanto o Brasil está importando de artigos têxteis e de confecções. Instalado na fachada da Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção (Abit), na Rua Marquês de Itu, no bairro de Santa Cecília, zona oeste da capital paulista, o aparelho será inaugurado hoje e vai indicar também quantos empregos são perdidos a cada centavo de dólar de importação de têxteis e confeccionados.

De acordo com a Abit, a cada segundo são importados US$ 214 em produtos do setor. Em consequência, ainda segundo a entidade, a cada minuto um emprego deixa de ser criado no País.

O presidente da Abit, Aguinaldo Diniz Filho, estima que a concorrência - muitas vezes "desleal", destaca - de produtos têxteis e de confecções importados tenham sido responsáveis pelo fechamento de 15 mil a 20 mil postos de trabalho do setor no ano passado. É um desempenho negativo bem distante da criação de 80 mil vagas em 2010.

Não por acaso, o resultado negativo da balança comercial (exportações menos importações) do setor deu um salto de 30% em 2010. Estimativas preliminares da Abit indicam que o setor fechou o ano com déficit comercial ao redor de US$ 4,8 bilhões, ante resultado negativo de US$ 3,6 bilhões em 2010.

Só no setor de confecções as importações somaram US$ 1,72 bilhão, enquanto as exportações ficaram em US$ 180 milhões. O resultado foi um déficit de US$ 1,51 bilhão.

"Em 2011, o setor do vestuário apresentou queda de 5% em relação ao ano anterior, enquanto a queda no setor têxtil chegou a 15,5%", diz o presidente da Abit. "Já o varejo têxtil cresceu 5,6% em volume e 10,5% em faturamento", ressalta Diniz.

Segundo ele, os números mostram claramente como o mercado brasileiro tem sido alimentado com produtos importados.

O problema, segundo ele, é que a competição com os importados não é igualitária, pois a produção lá fora é subsidiada pelo governo em países como China, Índia e Paquistão. Além disso, acrescenta, boa parte dos importados, principalmente de origem chinesa, entra no Brasil por meio de práticas desleais de comércio, como subfaturamento.

Medidas. A entidade conseguiu sensibilizar o governo. No fim de 2010, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, anunciou que o governo preparava medidas de proteção à indústria nacional contra práticas desleais na importação de produtos têxteis e de confecção. Mantega disse que o governo vai mudar o regime de importação para produtos do setor, que hoje é baseado em alíquotas ad valorem (a base de cálculo é o valor do produto).

Segundo o ministro, em um prazo estimado por ele de três meses, o sistema será mudado para ad rem, em que se estabelece um valor fixo por quilo do produto trazido do exterior.



Veículo: O Estado de S.Paulo


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