O retorno de colheitas em Goiás e Minas Gerais permitiu uma melhora na oferta de feijão, o que provocou um recuo dos preços para R$ 120 a R$ 140 por saca, dependendo da região e da qualidade do produto. O feijão vinha sendo negociado entre R$ 180 e R$ 190 por saca nas semanas anteriores.
Esse recuo de preços, que alivia o bolso do consumidor e traz menor peso à taxa de inflação, tem vida curta, na avaliação de Vlamir Brandalizze, analista do setor.
A primeira colheita deve terminar nas próximas semanas e o mercado terá "um vazio de pelo menos 45 dias na oferta de feijão", diz ele.
Além disso, os empacotadores do produto devem voltar ao mercado para abastecer os supermercados antes do Carnaval. A conjugação desses fatores não vai dar muito espaço para novas quedas, diz o analista.
A segunda safra, que está sendo semeada agora e vai até fevereiro, somente estará disponível aos consumidores em maio e junho.
A partir de junho, os produtores do Brasil central iniciam o plantio da terceira safra, a de feijão irrigado. Nesse plantio, eles conseguem um rendimento maior por hectare e um produto de melhor qualidade, mas que estará disponível apenas em setembro e outubro.
A redução de preços não deve se sustentar nas próximas semanas porque, além da redução de área, as lavouras de feijão enfrentaram condições climáticas pouco favoráveis na primeira safra. Houve frio e seca.
Brandalize acredita, no entanto, que as próximas safras devam compensar a perda de produção da primeira.
Com isso o país não deverá buscar feijão no mercado externo para atender a demanda interna. No ano passado, quando o país foi ao mercado externo, a tonelada de feijão estava a US$ 500. Neste ano, chega a US$ 1.000.
Veículo: Folha de S.Paulo