Perdas por falta de escoamento não foram suficientes para sustentar a cotação.
A queda perto de 5% na captação de leite em Minas, na parcial de janeiro, não foi suficiente para evitar novos recuos nos preços pagos pelo leite ao produtor. De acordo com o levantamento da Scot Consultoria, empresa especializada em análise do agronegócio, no período a queda foi de 0,85%, com a cotação média do litro em R$ 0,826.
De acordo com o zootecnista e analista da Scot Consultoria, Rafael Ribeiro de Lima Filho, a queda na captação em Minas Gerais veio após alta de 1,9% registrada em dezembro. A queda, considerada atípica, é justificada pelo longo período de chuvas. Com o excesso de chuvas várias vias de escoamento da produção foram prejudicadas, o que provocou descarte da produção nas unidades.
"Na região Sudeste, o período atual é de safra. Com a retomada das chuvas, as condições das pastagens são boas e os pecuaristas reduzem a necessidade de suplementação do rebanho, o que favorece o aumento da produtividade. A queda em Minas é justificada pelos problemas de escoamento registrados em várias regiões produtoras", diz Ribeiro.
Em relação ao preço, a tendência para fevereiro é de nova queda na cotação. O recuo é esperado pelo aumento da captação no período de safra e o consumo ainda pequeno. A partir de março, com a retomada da demanda, é esperado início de alta nos preços pagos aos produtores. "Em março a oferta de pastagem começa a reduzir no Sudeste e a partir deste mês a tendência é de queda na captação e preços mais remuneradores", observa Ribeiro.
Mesmo com a redução de 0,85% nos preços pagos ao produtor em janeiro, referentes à produção entregue em dezembro, a situação do pecuarista em Minas continua favorável. De acordo com Ribeiro, em relação a janeiro de 2011 a cotação do leite acumula alta de 11,8%.
No mesmo período, segundo os dados da Scot Consultoria, os preços pagos aos produtores de leite no restante do país ficaram estáveis. A cotação do litro de leite entregue em dezembro foi de R$ 0,803. Mesmo com o recuo observado em Minas, o preço do leite ainda ficou superior à média brasileira.
De acordo com Ribeiro, no Sul do país, onde era esperada alta na captação e queda nos preços, devido ao período de seca, a situação foi inversa, o que justifica a estabilidade na média nacional.
Além de Minas, o levantamento da Scot Consultoria mostrou recuo nos preços pagos aos pecuaristas nos estados de São Paulo, Goiás e Mato Grosso do Sul. As altas foram observadas no Paraná, Rio Grande do Sul e Santa Catarina.
Laticínios - Em janeiro, o mercado foi desfavorável para os queijos. Segundo levantamento da Scot Consultoria, os queijos prato e muçarela continuam operando em baixa.
No atacado, a cotação da muçarela recuou 1,49% em relação a dezembro. O quilo foi avaliado em média a R$ 12,09. O queijo prato está 2,12% mais barato, com preço médio de R$13,23 por quilo.
A desvalorização dos produtos também foi observada no mercado final. Nos supermercados, o quilo da muçarela foi avaliado em média a R$ 24,06, valor 7,16% inferior ao praticado em dezembro. No caso do queijo prato a variação foi menor, 5,07%, com preço médio de R$ 26,47 por quilo.
Assim como no caso do leite, janeiro é considerado um período de demanda fraca para os produtos lácteos, justificado pela descapitalização da população e pelas férias escolares.
Veículo: Diário do Comércio - MG