Sob forte concorrência de importados, o setor têxtil teve o pior desempenho da indústria em 2011, com queda de 15% da produção. O diretor da Abit (associação do setor), Fernando Pimentel, estima que de 15 mil a 20 mil postos de trabalho foram fechados no ano passado.
Nem em 2009, ano de retração da economia brasileira, houve desemprego no setor, que soma cerca de 1,7 milhão de trabalhadores.
Segundo Pimentel, a redução da demanda nos países desenvolvidos gerou excesso de oferta no mundo que está sendo direcionado para países emergentes. A queixa é a mesma do setor eletroeletrônico e de calçados, cujas produções também recuaram em 2011.
A Abinee (associação do setor elétrico) defende taxação maior das importações. Segundo seu presidente, Humberto Barbato, a entrada de produtos de geração e distribuição de energia, por exemplo, cresceu 56%. Já a produção desses itens caiu 6,4%, mostra o IBGE.
No setor de calçados, o governo já impôs tarifas sobre a entrada de produtos chineses, mas os importadores passaram a driblar a tributação introduzindo a mercadoria por países parceiros do Brasil, como Uruguai e Paraguai. A operação está sendo investigada.
Veículo: Folha de S.Paulo