Demanda alta e estoques estáveis sustentam preços

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Cotação do cereal em Minas subiu 8,3% em janeiro.


O aumento da demanda pelo milho e os estoques praticamente estáveis em relação aos de 2011 deverão contribuir para a sustentação dos preços do cereal em 2012. De acordo com as informações da Scot Consultoria, empresa especializada em análise do agronegócio, em 2012 o país deverá consumir cerca de 50 milhões de toneladas de milho.

Em janeiro, os preços do milho em Minas Gerais mantiveram o ritmo de alta. Entre os dias 1º e 27 de janeiro, os valores pagos pela saca de 60 quilos saíram de R$ 24 para R$ 26, alta de 8,3%.

Segundo o zootecnista e analista da Scot Consultoria, Rafael Ribeiro de Lima Filho, apesar da estimativa atual da safra brasileira estar, inicialmente, superior à colhida em 2010/11, a demanda também é crescente. A previsão da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) aponta que a produção no país seja 2,9% superior à safra anterior, quando foram colhidos 57,51 milhões de toneladas.

"O mercado para o milho deverá ser sustentado, em parte, pela demanda aquecida, porém é preciso ficar atento aos rumos do mercado internacional, que pode ser abalado em conseqüência das crises financeiras estabelecidas na Europa e nos Estados Unidos. A tendência para os próximos meses é de pequena baixa nos preços, porém os mesmos se manterão em patamares elevados e garantindo lucro para os produtores", disse Ribeiro.


Seca no Sul - Segundo o analista, a pressão de baixa se deve ao pico da colheita da safra de grãos no Sul do país e o início do processo em Minas Gerais. A queda nos preços da saca não deverá ser significativa. Além da demanda alta pelo cereal, a seca que atingiu os estados do Sul do país deverá comprometer a produtividade e impactar negativamente nas estimativas de safra para 2011/12.

De acordo com o último relatório da Conab, o consumo de milho no mercado interno em 2012 foi estimado em 50 milhões de toneladas.

O mesmo relatório mostrou que a produção interna deverá alcançar 59,2 milhões de toneladas. Segundo Ribeiro, o volume apontado pela Conab deve ser revisado para baixo nos próximos relatórios devido às condições climáticas desfavoráveis observadas entre dezembro e janeiro nas regiões produtoras. Além da seca, as chuvas em Minas Gerais também poderão limitar o crescimento da produção em 2012.

Minas Gerais é o segundo maior produtor de milho na primeira safra, perdendo apenas para o Paraná, que vem enfrentando graves problemas produtivos promovidos pela seca. De acordo com a Conab, a princípio Minas deverá produzir cerca de 6,5 milhões de toneladas do cereal na primeira safra de 2012. O volume está 5% superior ao colhido em 2011.

De acordo com Ribeiro, a produção total no país, estimada em 59,2 milhões de toneladas, somada aos estoques de passagem, hoje em torno de 9,5 milhões de toneladas, e as importações, estimadas em 500 mil toneladas, resultariam em uma oferta de 69,2 milhões de tonelada do grão no Brasil nesta temporada.

"Para que os preços se mantenham remuneradores, o país precisa exportar pelo menos 9,2 milhões de toneladas de milho para manter os estoques finais próximos de 10 milhões de toneladas. Em 2011, o Brasil exportou 9,5 milhões de toneladas, no período o Irã foi o principal importador do milho nacional, adquirindo cerca de 1,9 milhão de toneladas do grão, ou 20,1% do total embarcado. A tendência é que o mercado continue aquecido", avaliou.


Veículo: Diário do Comércio - MG


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