Consumidor consegue barganhar mais quando paga com cheque, já que o comerciante economiza com taxas
O estímulo ao uso do cheque no comércio poderia gerar descontos para o consumidor. As taxas cobradas pelos cartões sobre o valor das compras pesa no faturamento, principalmente para os pequenos comerciantes. “O aumento no uso do cheque como meio de pagamento poderia ser um bom argumento na negociação das taxas cobradas pelas administradoras de cartão, que variam de 2% a 5%”, diz Fernanda Della Rosa , economista da Fecomercio (federação do comércio de São Paulo).
Além disso, com o pagamento em cheque é possível barganhar nas lojas e pedir desconto referente à taxa que seria cobrada pelos cartões.
O comerciantes têm outra vantagem: eles recebem o pagamento imediatamente, enquanto os cartões de crédito levam até 30 dias para repassar o valor da compra às lojas. E no caso do cartão de débito, nem sempre a compra entra no mesmo dia na conta do lojista.
Outro fator positivo para o uso do cheque é o baixo índice de inadimplência. O número de cheques honrados no estado de São Paulo cresceu 0,17% em 2011, em relação ao ano anterior, segundo a última pesquisa realizada pela TeleCheque. Com isso, o percentual de 97,48% de cheques honrados em 2010 subiu para 97,65% no ano passado.
A pesquisa também apontou que, no estado de São Paulo, as mulheres honram mais os cheques do que os homens. A população feminina respondeu por 97,69% dos cheques pagos em 2011, contra 97,39% referente ao público masculino.
A CNDL (Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas) também apoia o estímulo ao uso do cheque. Há anos, a entidade trava uma briga contra as taxas cobradas pelos cartões. A CNDL defende que as operadoras cobrem uma taxa fixa sobre cada operação, e não uma porcentagem sobre o valor total da compra. Segundo a entidade, esse modelo já é aplicado em outros países, inclusive na Argentina.
Veículo: Diário de S.Paulo