A Eternit anunciou ontem o início de sua atuação no segmento de metais sanitários, com produtos do popular ao luxo. A entrada no segmento faz parte da estratégia de elevar a participação dos novos produtos, ou seja, fora das categorias de amianto e fibrocimento, dos atuais 20% do faturamento para 50%, no prazo de três a cinco anos, segundo o presidente do grupo Eternit, Élio Martins.
Inicialmente, a produção de metais sanitários - torneiras, duchas, misturadores e válvulas - será terceirizada. Somente após conhecer o mercado a empresa decidirá se terá fabricação própria desses itens. A Eternit tem estoques correspondentes à estimativa de dois meses de vendas em centro de distribuição em Santana do Parnaíba (SP). Os itens foram comprados de fabricantes nacionais, da Europa e Ásia. A comercialização dos metais sanitários começa por revendas da região Sudeste, em 1º de março.
À medida que o número de clientes se expandir, a empresa poderá levar os metais fabricados nacionalmente ou estocados no centro de distribuição para suas unidades de produtos de fibrocimento e, posteriormente, dessas fábricas para lojas de materiais. Martins prefere não estimar prazo para uma decisão sobre produção própria. "Isso ocorrerá quando houver volume que justifique."
O caminho que a empresa começa a trilhar no segmento de metais se assemelha ao traçado para louças sanitárias. A Eternit incorporou louças sanitárias ao seu portfólio em abril de 2009 e, no ano passado, decidiu ter fábrica no Distrito Industrial do Porto de Pecém, no município de Caucaia (CE). Os investimentos iniciais na unidade de louças sanitárias somam R$ 100 milhões e vão possibilitar início da fabricação em dois anos. Considerando-se aportes futuros para que a unidade produza também materiais de outros segmentos, o total investido pode chegar a R$ 350 milhões.
Nos planos da Eternit para ampliar seu escopo de atuação, está a busca de novo segmento para seu portfólio. Segundo Martins, a preferência é por materiais de acabamento. Sem revelar qual será a próxima aposta, ele conta que tintas e pisos estão entre as possibilidades consideradas. "Queremos ser a maior ou uma das maiores indústrias do setor de materiais em faturamento e diversificação", afirma. A empresa espera manter, neste ano, o patamar de crescimento de 10% obtido em 2011.
Veículo: Valor Econômico