Aportes serão feitos em dois anos, para atender à nova norma do Ministério do Trabalho e Emprego.
O setor de panificação vai investir R$ 750 milhões nos próximos dois anos em Minas Gerais, para se adaptar às exigências da Norma Regulamentadora nº 12, conhecida como NR 12, do Ministério do Trabalho e Emprego. A regra determina que padarias, supermercados com padarias, açougues e indústrias de produtos panificados substituam máquinas antigas por outras, que garantam segurança aos operadores e evitem acidentes de trabalho. Os estabelecimentos também terão que realizar adaptações nos locais onde os equipamentos estão instalados.
Só em Minas funcionam 6,5 mil padarias, segundo dados da Associação Mineira da Indústria da Panificação (Amipão). Porém, o Estado tem, ao todo, 14 mil pontos de vendas de produtos de padaria, incluindo supermercados, que precisarão fazer as adaptações, sob o risco de sofrerem multas, interdições, suspensão de atividades e até processo de Ação Civil Pública contra os proprietários do estabelecimento.
As novas exigências geram boas expectativas de negócio para as indústrias produtoras de máquinas para panificação, já que o mercado terá duas opções: substituir os equipamentos antigos e que estejam em desacordo com a NR 12 por outros mais modernos ou, no caso de novos empreendimentos, adquirir as máquinas já fabricadas com os itens de segurança exigidos. "Nos próximos cinco anos, as vendas prometem ser boas", admite o gerente-executivo da Associação Brasileira das Indústrias de Equipamentos para Panificação, Biscoitos e Massas Alimentícias (Abiepan), Armando Tadei Júnior.
Prazos -Isso porque o prazo para que as indústrias começem a produzir máquinas e equipamentos seguindo as regras da NR 12 começou a correr em junho de 2011 e expira dentro de cinco anos. Já a adaptação das padarias e outros pontos de venda será feita em prazos diferenciados, de acordo com o tamanho da empresa: aquelas que têm até dez empregados terão 36 meses para se enquadrar; já as que possuem entre 26 e 50 funcionários terão 24 meses, enquanto aquelas com 50 ou mais, 18 meses. A maior parte vai cair no prazo mais dilatado, já que, segundo Armando Tadei, "70% das padarias do Brasil e de Minas têm de dez a 25 funcionários".
Mesmo diante da previsão de grandes investimentos em máquinas e equipamentos nos próximos anos, o presidente da Amipão, Antônio de Pádua, está otimista em relação aos negócios do segmento em 2012. "As perspectivas são boas, porque a panificação vem crescendo muito na linha de produtos de padaria, em todo o mix, e no fast food", explica. O gerente-executivo da Abiepan também ressalta esta crescente tendência do setor e costuma afirmar que "as padarias de hoje vendem de tudo, inclusive pão".
Dados do Instituto de Tecnologia da Panificação e Confeitaria (ITPC) indicam que 32,2% do faturamento do segmento, em média, vieram da linha de produtos próprios, como pizzas, pães especiais, comidas prontas e outros processados pelas empresas. A expectativa para 2012, adianta o presidente da Amipão, é de alcançar um crescimento de 10%.
Veículo: Diário do Comércio - MG