Como os analistas já esperavam, a Lojas Renner, maior varejista de vestuário do país, se recuperou da perda do ritmo de crescimento verificada no terceiro trimestre do ano, o pior para empresa em 2011.
As vendas brutas para o critério de mesmas lojas (pontos em funcionamento há mais de 12 meses) cresceram 5,3% de outubro a dezembro, índice superior à taxa de expansão de 3,8% de julho a setembro, segundo dados publicados na noite de ontem.
"O quarto trimestre do ano foi marcado por uma relativa retomada do crescimento, após o período de desaceleração econômica vivido no trimestre anterior. A condição climática também melhorou e as coleções foram bem aceitas", esclarece a empresa no material ao mercado.
Apesar da alta, com esse desempenho foi mantida a velocidade de expansão nas vendas acumulada até o terceiro trimestre. De janeiro a setembro, as mesmas lojas cresceram 7,2%. Ao incluir o resultado do quarto trimestre, o índice se mantém nos 7,2%.
Os últimos três meses do ano são fundamentais para o varejo e respondem por mais de 30% das vendas do segmento. "Nós vínhamos com expectativas ruins para o ano, em linha com a desaceleração geral do setor. Então, manter essa alta de mais de 7% é algo visto como positivo por nós", disse Adalberto Pereira dos Santos, diretor de relações com investidores.
"No geral, o quarto trimestre foi melhor que o terceiro. Isso já é positivo", afirma Priscila Tambelli, analista do Banco do Brasil Investimentos. "O ano fechou melhor por conta do primeiro semestre. Mas a comparação do ano está um pouco distorcida porque a Camicado entrou no grupo em maio de 2011."
De acordo com o executivo da Renner, "a percepção negativa do consumidor sobre a economia foi ficando para trás no fim do ano e a predisposição para novas compras aumentou". Somado a isso, a empresa acredita que fez acertos na definição da nova coleção primavera/verão e as condições climáticas propícias também ajudaram a ampliar a demanda.
A receita líquida da Renner de outubro a dezembro registrou aumento de 18% em relação a igual período do ano anterior, alcançando R$ 972,2 milhões. A geração de caixa da operação de varejo subiu 39,6%, para R$ 202,1 milhões de outubro a dezembro.
A margem Ebitda foi de 20,8% no período, versus 17,6% no mesmo intervalo de 2010. O lucro líquido, no entanto, encolheu, passando de R$ 123,1 milhões para R$ 119 milhões, queda de 3,3%.
A retração é explicada por um aumento nas despesas financeiras (de R$ 4,5 milhões para R$ 19,6 milhões entre os quartos trimestres de 2010 e 2011), decorrente da emissão de debêntures de R$ 300 milhões em julho de 2011, também do maior percentual pago de Imposto de Renda (reflexo da nova política de dividendos da rede) e do aumento nas depreciações, que reflete o crescimento no número de lojas do grupo.
No acumulado de 2011, a receita líquida foi de R$ 2,89 bilhões, com crescimento de 17,6% sobre as vendas no ano anterior. O lucro líquido de 2011 foi de R$ 336,9 milhões, 9,4% maior que os R$ 308 milhões de 2010.
A geração de caixa medida pelo Ebitda foi de R$ 592,6 milhões no ano passado, crescimento de 17,3% sobre o exercício anterior. A margem Ebitda atingiu 20,5%, mesma taxa de 2010.
Veículo: Valor Econômico