A produção de algodão Minas Gerais, na safra 2011/12, ficará praticamente estável em relação à colhida anteriormente, com variação positiva de apenas 0,8%. Mesmo com a estagnação, o resultado é considerado positivo, isso devido ao crescimento expressivo da safra 2010/11 no Estado, quando o incremento na produção ficou em 109%. Para a atual safra, a área ocupada foi reduzida em 1%.
A previsão do quinto levantamento da safra de grãos da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) mostrou que no Estado serão produzidas 116,7 mil toneladas de algodão em caroço, contra as 115,8 mil toneladas geradas em igual período anterior, o que representa um aumento de apenas 0,8% na produção.
Segundo a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), a demanda mundial reprimida, provocou forte retração dos preços do algodão em pluma no período em que antecede o plantio, o que, aliado ao alto custo de produção da lavoura, influenciou na tomada de decisão dos cotonicultores mineiros e demais regiões do país em relação ao tamanho da área a cultivar na atual safra.
A média de preços da arroba de algodão em caroço em 2011 ficou em R$ 80,68. Em janeiro de 2012, o mesmo volume estava avaliado em R$ 56,02, cotação inferior à praticada no ano passado e em 2010, quando o preço médio ficou em R$ 61,84.
Apesar do recuo nos preços e na área produtiva que passou de 31,6 mil hectares para 31,3 mil hectares, o uso de tecnologia deverá ajudar na melhoria da produtividade ou, no mínimo, na manutenção dos mesmos níveis obtidos na safra anterior, ressalvado as influências climáticas.
O resultado do uso de tecnologia, segundo a Conab, aparece no aumento médio da produtividade nacional para a próxima safra em cerca de 1,6%, passando de 3,705 toneladas para 3,769 toneladas por hectare de algodão em caroço. Em Minas Gerais, o ganho em produtividade esperado é de 1,8%, saltado de 3,66 toneladas para 3,73 toneladas por hectare.
Proalminas - Um dos principais fatores que vêm estimulando a retomada da produção no Estado é o Programa Mineiro de Incentivo à Cultura do Algodão (Proalminas). O projeto, que oferece incentivos tanto para os cotonicultores como para a indústria têxtil, tem o objetivo de fortalecer a cadeia produtiva gerando emprego e renda no campo e na indústria.
Segundo o superintendente de Política e Economia Agrícola da Secretaria de Estado da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa) e coordenador do Proalminas, João Ricardo Albanez, o preços pagos pelo algodão produzido em Minas Gerais e comercializado com as indústrias participantes do projeto é 7,85% superior ao preço estimado na bolsa do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea/Esalq).
Em contrapartida, as indústrias mineiras que adquirem o algodão, em uma cota que varia entre 15% e 20% do total do insumo a ser processado ao longo do ano, recebem uma dedução fiscal de 41,66% sobre o Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Prestação de Serviços (ICMS) para a venda do produto acabado.
"O Proalminas garante benefício tanto para a indústria como para os cotonicultores, a primeira tem a dedução fiscal e o produtor recebe mais pelo algodão. O programa foi criado para estimular o aumento da produção no Estado, já que temos condições favoráveis para a cultura e mercado demandante", disse.
Ainda segundo Albanez, 1,5% do que é desonerado das indústrias é destinado ao Fundo de Desenvolvimento da Cotonicultura em Minas Gerais (Algominas), a verba é utilizada para aquisição de equipamentos, treinamento e capacitação da mão de obra de técnicos e produtores, além de desenvolvimento de pesquisas e de sementes de alta qualidade.
Também são feitas campanhas de marketing para divulgar o produto mineiro no país. A aplicação do recurso é definida pela Associação Mineira dos Produtores de Algodão (Amipa) e auditado pela Seapa.
Minas possui um dos maiores parques têxtil do país, consumindo anualmente cerca de 150 mil toneladas de algodão. Em torno de 47 indústrias instaladas no Estado participam do Proalminas, que conta também com 150 produtores.
Veículo: Diário do Comércio - MG