Compras de têxteis crescem e preocupam

Leia em 1min 40s

Enquanto as exportações do setor eletroeletrônico brasileiro para a China caíram 1% no ano passado, em comparação com o ano anterior, as importações subiram 15%, e chegaram a duplicar para produtos como celulares, cujas importações aumentaram 133% nesse período, ou quase triplicar, como no caso dos modems, cujas compras tiveram aumento de 174%, segundo dados levantados pela Associação Brasileira da Indústria Eletroeletrônica (Abinee).

Esses dados alimentam a demanda dos empresários por medidas de proteção contra a concorrência chinesa, considerada particularmente ameaçadora no caso do setor têxtil, segundo comentavam ontem autoridades brasileiras.

Levantamentos encaminhados ao governo mostram um crescimento acima da média para produtos têxteis e confecções, que tinham participação pequena na pauta de exportações da China ao Brasil, segundo comentou um diplomata ao Valor. Para o governo, esse resultado indica que está havendo um deslocamento, para o crescente mercado brasileiro, de exportações que antes eram dirigidas aos mercados desenvolvidos, dos Estados Unidos e Europa.

O temor de um "deslocamento de exportações" foi levado pelos brasileiros às autoridades chinesas, na reunião realizada ontem pela Comissão Sino-Brasileira de Alto Nível (Cosban), e foi explicitado, em discurso, pelo vice-presidente, Michel Temer. Presidente da seção brasileira da Cosban, Temer queixou-se de que 80% da pauta brasileira de exportações par a China é composta de soja em grão, petróleo e minério de ferro. "A atual composição dessas exportações, além de gerar número relativamente limitado de empregos, é ainda vulnerável à flutuação de preços, de demanda e condições climáticas", criticou.

"A cooperação brasileira não é só para cinco ou dez anos", reagiu o vice-primeiro-ministro chinês Wang Qishan, que visita o Brasil, ao discursar em almoço com Temer. Os chineses, além de anunciar aumento dos investimentos no Brasil, planejam atuar mais fortemente no mercado financeiro.

Wang Qishan incluiu como um dos principais pontos da pauta de discussão dos chineses na Comissão Sino-Brasileira de Alto Nível a autorização do Banco Central para que o Industrial and Comercial Bank of China (ICBC) possa operar com carteiras comerciais e de investimento no Brasil. Esse pedido foi feito em abril do ano passado, e, segundo autoridades brasileiras, deve receber resposta positiva dentro de pouco tempo.



Veículo: Valor Econômico


Veja também

Publicidade compartilhada engorda a receita de sites

A internet é considerada um eldorado para empreendedores com 'a cabeça cheia de ideias e o bolso vazio'. S...

Veja mais
BTG acelera compras de farmácias

A aquisição anunciada ontem pela Brazil Pharma da rede de drogarias baiana Sant'ana, a maior do Estado, po...

Veja mais
Produção de algodão em Minas pode ficar estável

A produção de algodão Minas Gerais, na safra 2011/12, ficará praticamente estável em ...

Veja mais
Produtores de arroz esperam preços 82% maiores no ano

Depois de enfrentarem valores na casa de R$ 17 a saca em 2011, os rizicultores brasileiros acreditam que o produto chega...

Veja mais
Brazil Pharma ganha distância de concorrentes com aquisição

O mais recente movimento da Brazil Pharma para adquirir uma rede farmacêutica deve garantir à holding de fa...

Veja mais
Venda de papelão no primeiro mês do ano aumenta 1,9%

As vendas de papelão ondulado em janeiro somaram 248,4 mil toneladas, segundo dados da Associação B...

Veja mais
Calçados: fabricantes investem em conforto sem perder design

Inicialmente procurados apenas pelas consumidoras mais maduras, os calçados confortáveis vêm ganhand...

Veja mais
Franquias apostam em congelados

Para atingir faturamento maior, as franquias de fast-food têm buscado ampliar a sua atuação, como &e...

Veja mais
Vendas no varejo fecham 2011 com crescimento de 6,7%

As vendas no comércio varejista cresceram pelo quarto mês consecutivo em dezembro do ano passado e registra...

Veja mais