A Páscoa começa a se mostrar para o consumidor final, mas o varejo e seus fornecedores se ocupam do assunto há meses. Os produtos de ocasião, como os tradicionais ovos de chocolate, demandam negociar licenças de personagens que estarão em evidência na data, soluções de estoque, disponibilidade de fornecedores nacionais e internacionais (de brindes para os ovos ou de produtos de época, como bacalhau e azeite), além de logística perfeita para que, terminado o carnaval, as lojas exibam as parreiras de chocolates e o clima festivo que seus papéis coloridos sugerem. Segundo a Associação Brasileira da Indústria de Chocolates, Cacau, Amendoim, Balas e Derivados (Abicab), serão entregues 80 milhões de ovos de Páscoa em 800 mil pontos de venda do Brasil.
"Neste ano, em maio, a gente já vai se reunir para definir licenciamentos, tipos de brindes e volume de produção para 2013", conta a gerente de marketing da paulistana Top Cau, Alais Fonseca. Paralelamente, alguns detalhes da Páscoa de 2014 também são definidos, acrescenta a executiva.
O carnaval deste ano, para Alais e a equipe de 100 funcionários diretos, mais 450 temporários em atividade desde o início da produção, em outubro, foi na base do "bloco do coelhão", brinca.
No início de fevereiro, a empresa iniciou a entrega das encomendas de clientes como Lojas Americanas, Carrefour e Walmart. No ponto de venda, explica Alais, o trabalho é acompanhado pelos 1,2 mil promotores contratados pela Top Cau para auxiliar na montagem das parreiras. Além da produção terceirizada, a empresa comercializa linha própria de ovos, para o varejo em geral.
Licenciamentos e brindes são fundamentais, afirma Alais. "Até os adolescentes querem um brinde no ovo. Para uma marca que não é tão conhecida nacionalmente, as licenças são gratificantes, puxam vendas", justifica ela.
Nesta Páscoa, de acordo com a gerente, a Top Cau crescerá 7% em volume e 20% em número de ovos, somando 8,5 milhões de unidades produzidas, com 35 apresentações diferentes. "Cinquenta por cento do volume já foi distribuído e até cinco de março todas as parreiras devem estar montadas. A produção segue até 12 de março."
Gôndolas – A comemoração da data, no início de abril, diminui, na comparação com o ano passado, o tempo para as ações em pról das vendas, comenta Daniela Batista, gerenciadora de marcas próprias e exclusivas da Cooperativa de Consumo (Coop), rede paulista de 29 supermercados. "Antecipamos tudo o que foi possível, para compensar", afirma Daniela.
Ela espera, para esta Páscoa, crescimento de 5% no volume de vendas de chocolates; e de 5% a 8% no de bacalhau, vinhos e azeites. A central de panificação da Coop produzirá mais 8% de bolo pascal, totalizando 30 toneladas do produto. Nas lojas da rede, haverá ovos das marcas tradicionais, os da linha própria, Coop Plus, e os da Turma do Mercado, com personagens exclusivos para as associadas da Rede Brasil de Supermercados.
Na rede de supermercados Walmart, a expectativa é obter vendas 20% maiores com os ovos de chocolate, na comparação com igual período de 2011. As parreiras típicas da época já estão montadas na capital paulista. Os estoques de pescados, azeites e vinhos foram reforçados pela companhia.
No Grupo Arcor, a expectativa é aumentar em 20% o volume de vendas de ovos de Páscoa. A data, divulgou a empresa, representa cerca de 20% do seu faturamento anual com o negócio de chocolate. A empresa lançou oito licenças de personagens infantis neste ano. Nas prateleiras, o consumidor verá ovos com os licenciados Madagascar 3, Meninas Superpoderosas e Patati Patatá, entre outros.
O Grupo Pão de Açúcar espera vendas de ovos de Páscoa 15% maiores, ante 2011, também estimuladas por brindes e personagens licenciados, como Peixonauta, Susi, Penélope Charmosa, StockCar e Red Nose. O grupo terá ovos da marca Qualitá nas redes Extra e Pão de Açúcar e, nesta última, opções de ovos premium. Na Páscoa, divulgou a empresa, também crescem as vendas de barras de chocolate para fazer ovos (15%), bacalhau (15%), azeites (12%), vinhos (15%) e produtos de padaria (15%). No Extra, a "Páscoa de Casa Nova" sorteará sete imóveis.
Fazendo dinheiro com o doce
Temos duas Páscoas, afirma o empresário Osvaldo Nunes, da Chocolândia. "Há aquela que todos conhecem e a do mercado artesanal, distingue. Neste momento, as artesãs estão comprando para viabilizar a sua produção", explica Nunes, com a autoridade de quem se define como o maior distribuidor brasileiro de chocolate em barras.
A empresa, com cinco supermercados, oferece todos os acessórios que essas profissionais precisam para a produção, além de cursos na área.
Nunes estima vendas de 3 mil toneladas de chocolates na Páscoa 2012, entre barras e produtos prontos – cerca de 50 marcas –, que o consumidor adquire de forma mais intensa nas duas semanas que antecedem a Páscoa.
Cursos – Entre primeiro de março e 5 de abril, a Chocolândia do Ipiranga e a de Santo André funcionarão 24 horas por dia, com cursos com valores entre R$ 15 e R$ 50. Tenha mais informação no site www.chocolandia.com.br.
Cromus: de olho na chocolateira
As cores são vibrantes e os tons contrastantes. Há o pink com laranja, o azul com o amarelo e o roxo com o verde, mas também as padronagens florais, com cores mais suaves, e misturas de poás com listras. Essas são algumas das tendências mundiais que a Cromus incorporou nas embalagens e acessórios decorativos da sua Páscoa 2012, explica o diretor comercial e de marketing, Fernando Hachul.
A Cromus abastece pequenos fabricantes e artesãs de ovos de chocolate, lojistas em geral, além de comerciantes de doces. Para este ano, segundo Hachul, são 5 mil itens, entre embalagens (2,3 mil), modelos de fita (400) e artigos artesanais de decoração (coelhos, guirlandas e uma linha de cerâmicas, todos importados).
Hachul explica que a partir de dois de março a Cromus já lança, para o atacado e grandes varejistas, as novidades da empresa para o Dia das Mães.
Veículo: Diário do Comércio - SP