Estrela elogia barreira a importados

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Decisão do governo de ampliar prazo de vigência do aumento de 20% para 35% de alíquota é comemorada.



O presidente da fabricante de brinquedos Estrela, Carlos Tilkian, comemorou ontem a decisão do governo federal de ampliar o prazo de vigência do aumento de 20% para 35% da alíquota incidente sobre a importação de uma série de produtos do setor. Para ele, a medida da Câmara de Comércio Exterior (Camex), em vigor até o final deste ano, servirá para diminuir a presença dos artigos estrangeiros no mercado interno, principalmente os chineses. O aumento vale em todo o Mercosul.

"A decisão é positiva, na medida em que se consegue dar um grau de competitividade maior à indústria nacional frente aos produtos chineses. Se não fosse isso, a tendência seria de desaceleração da produção interna e aumento das importações, o que significaria até mesmo o corte de postos de trabalho. E a unidade de Três Pontas (Sul de Minas) seria uma das afetadas", disse Tilkian. Inaugurada em 2004, a fábrica mineira tem área construída de 13,2 mil metros quadrados e é a segunda maior da Estrela, ficando atrás somente da de Itapira, no interior de São Paulo. A terceira planta fica em Manaus.

Apesar de avaliar como positiva a medida da Camex, o presidente da empresa ressalta que a decisão está longe de oferecer proteção ao produto nacional. "Continuamos em diálogo aberto com o governo federal, para ver quais medidas poderiam ser adotadas para que possamos manter o setor produtivo nacional nesse ritmo de crescimento", diz.

Segundo dados da Associação Brasileira dos Fabricantes de Brinquedos (Abrinq), os chineses detêm 60% do mercado nacional. "O setor produtivo brasileiro precisa de mais incentivo. O ideal é que adotássemos o modelo seguido pela indústria automobilística, que tem redução de impostos para se instalar no país.  uma medida mais eficiente do que penalizar a importação", afirma. A indústria brasileira quer que a alíquota de 35%, percentual máximo permitido pela Organização Mundial do Comércio (OMC), seja permanente, mas é preciso ter a concordância dos demais países do Mercosul.

A medida da Camex atende à reivindicação dos fabricantes brasileiros, elevando a alíquota de importação de 14 brinquedos, entre eles triciclos, patinetes, carros de pedais e outros brinquedos semelhantes com rodas, carrinhos para bonecos, trens elétricos, incluídos os trilhos, sinais e outros acessórios. De acordo com o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (Mdic), a medida atinge, principalmente, os artigos fabricados na China, origem de quase 90% das importações nacionais do setor.

Balanço - Embora não tenha revelado números, Tilkian adianta que 2011 foi um ano positivo para a Estrela. "Conseguimos um crescimento em relação ao exercício passado", diz. Conforme publicado pelo DIÁRIO DO COMÉRCIO, no final de 2010, a companhia (considerando subsidiárias) apresentou um total de ativos de R$ 144,246 milhões, passivo a descoberto de R$ 143,201 milhões e prejuízos acumulados de R$ 173,803 milhões. A receita operacional bruta foi de R$ 135,414 milhões e o prejuízo no exercício ficou em R$ 48,821 milhões.

Para este ano, a previsão é repetir o desempenho. "Nossa projeção para 2012 é continuar o processo de crescimento. E o mercado interno nos sinaliza isto", completa o presidente da Estrela.

Com 75 anos, a história da empresa teve início em 1937, com a produção de bonecas de pano e carrinhos de madeira. Em seguida, ela diversificou os materiais, adotando metais e plásticos. Em 1944, abriu seu capital. Desde o início, foram produzidos 25 mil tipos de brinquedos e 1,2 bilhão de unidades.


Veículo: Diário do Comércio - MG


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