Forno de Minas investe em waffle

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Por mais que o pão de queijo mineiro seja uma iguaria apreciada dentro e fora do país, a fabricante Forno de Minas quer depender cada vez menos do seu carro-chefe. Em 2011, o produto respondeu por 80% das vendas, que somaram R$ 110 milhões. A expectativa é que, neste ano, a representatividade do pão de queijo caia para 60% do faturamento, previsto em R$ 160 milhões. Parte desse movimento será impulsionado pelo waffle da marca, que ganha distribuição nacional no varejo a partir deste mês.

A família Mendonça, dona do Forno de Minas, está investindo R$ 6 milhões na novidade, tão popular nos Estados Unidos quanto o pão de queijo é no Brasil. "O waffle é o nosso maior lançamento depois do pão de queijo", diz Hélder Mendonça, presidente da empresa, que também traz no portfólio empanadas, tortinhas, folhados e pão de batata, tudo com fabricação própria.

Ao longo dos próximos oito meses, a Forno de Minas pretende instalar pontos de degustação em 500 supermercados de São Paulo, Rio e Minas Gerais. Para acompanhar a massa prensada de origem belga, as promotoras vão sugerir geleias, calda de chocolate, doce de leite e requeijão. "É um produto de forte apelo junto ao público jovem e tão versátil quanto o pão de queijo", diz Mendonça, que vai oferecer a novidade em versões tradicional e light integral, em pacotes congelados de 222 gramas com seis unidades cada um, ao preço sugerido de R$ 4,99. O produto pré-assado precisa ser aquecido no forno por cinco minutos.

A empresa já começou a oferecer o waffle ao "food service", com venda direta para lanchonetes e cafeterias. "Hoje o food service representa cerca de 20% das vendas, mas a nossa meta é que até o fim de 2014 essa participação esteja equilibrada com o varejo [com 50%]", diz Mendonça. Segundo o empresário, no "food service" não há a mesma queda de braço observada no varejo. "É um segmento bem mais pulverizado e que oferece uma margem 10% maior que a das redes de supermercados", afirma.

O lançamento do waffle faz parte do investimento de R$ 40 milhões, que será concluído este ano e foi iniciado na segunda metade de 2009, quando a família retomou o comando da Forno de Minas. A empresa, fundada pela mãe de Hélder, Maria Dalva, foi vendida em 1999 para a General Mills, dona da Häagen-Dazs, mas os fundadores a recompraram da multinacional americana dez anos depois. Nesse período, continuaram com o Laticínio Condessa, que fornece leite e derivados para a Forno de Minas e concorrentes.

Desde que reassumiu o comando, a meta da família tem sido depender menos do pão de queijo, para ganhar escala e atrair consumidores que fogem do tradicional. Mas isso não significa virar as costas para a sua principal guloseima. O pão de queijo, que no ano passado começou a ser exportado para Portugal e Estados Unidos, receberá este ano uma versão pré-assada, que exige menos tempo de forno (cinco minutos, contra meia hora da congelada).

Uma das primeiras medidas que os Mendonça tomaram quando voltaram a ocupar a cadeira da diretoria foi reativar a fábrica (que estava fechada há dois meses) e tirar da gaveta a receita original do pão de queijo. "Quando vendemos a empresa, a receita do pão de queijo levava 20% de queijo", lembra Mendonça. "Quando retomamos, o percentual estava em 2%".



Veículo: Valor Econômico


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