Enquanto muitas companhias investem hoje em estratégias para atrair as classes emergentes, outras empresas que abriram suas portas nos anos 1990 já de olho nesse público colhem os frutos de um negócio promissor. É o caso da rede de franquias de clínicas odontológicas Sorridents, da fabricante de alimentos e bebidas General Brands e do instituto Beleza Natural, especializado em cabelos crespos e ondulados. Em 2011, elas faturaram entre R$ 100 milhões e R$ 200 milhões.
A Sorridents nasceu em 1995, na zona leste de São Paulo. A dentista Carla Renata Sarni, fundadora e presidente da rede, conta que criou a empresa com o intuito de atender as classes C e D. Ela enxergou um buraco no mercado, pois essas pessoas tinham a mesma necessidade de tratar dos dentes que as classes altas, mas não achavam serviços acessíveis. Para Carla, o segredo é o tripé "preço justo, qualidade e pagamento facilitado".
A Sorridents consegue oferecer a seus clientes tratamentos completos a preços menores, ganhando na escala. A empresa fechou o ano passado com 130 pontos em funcionamento, acima de sua meta. O plano é terminar este ano com 200 e atingir 500 unidades em 2016. Neste mês, ela chega à capital de Minas Gerais, que será seu 16º Estado.
A rede projeta faturar R$ 180 milhões neste ano, um crescimento de 21,6% sobre 2010. Para Carla, houve não só uma mudança econômica como comportamental na classe C nos últimos anos. "As pessoas começaram a valorizar mais os cuidados com a saúde. O pai não quer que o filho perca os dentes como ele perdeu", diz. Além dos tratamentos de urgência, a classe C passou a fazer prevenção.
O Beleza Natural foi criado em 1994 no Rio e espera chegar, neste ano, à marca de 1 milhão de atendimentos, com seus tratamentos para cabelos crespos e ondulados. A receita da empresa vem dos serviços em seus salões e da venda dos produtos da marca própria. São doze salões, no Rio, no Espírito Santo e na Bahia. A empresa estuda os mercados de São Paulo e Minas Gerais. Segundo Rogério Assis, vice-presidente do Beleza Natural, a meta é crescer 25% neste ano, alcançando faturamento de R$ 140 milhões.
A General Brands, fabricante de refresco em pó, néctar de frutas, goma de mascar e gelatina, foi criada em 1997. Isael Pinto, seu fundador, já vislumbrava o crescimento das classes D e E. A companhia cresce 18% ao ano e faturou R$ 200 milhões em 2011. Mantendo-se fiel a seu público-alvo, a empresa investe para diversificar seu portfólio: comprou uma fábrica de chocolates em Campo Grande (MS) e iniciará nos próximos meses a venda de tabletes, granulados e bombons com a marca Camp, a mesma de seus refrescos em pó.
Veículo: Valor Econômico