O anúncio foi publicado em outubro, em revistas. Saiu de circulação em novembro. Mas voltou à tona esta semana graças ao Código Brasileiro de Autorregulamentação Publicitária (Conar), que deve julgar até a próxima quinta-feira o caso do azeite Gallo, que supostamente promoveria racismo.
A peça, criada pela agência AlmapBBDO, apresenta a nova embalagem de vidro do produto, com os dizeres: "O nosso azeite é rico. O vidro escuro é o segurança".
O processo no Conar foi aberto em novembro, após a denúncia de uma pessoa que não se identificou. Em seguida, o anúncio foi retirado dos meios de comunicação.
O azeite Gallo é produzido em Portugal pela Gallo Worldwide, uma joint venture entre a Unilever e o grupo português Jerónimo Martins. No Brasil, a distribuição é feita pela Cargill.
Desde 2010, o Brasil é o maior mercado da Gallo, ultrapassando até o consumo em Portugal. Em 2011, 40% das vendas vieram do Brasil e 30% de Portugal. O restante é proveniente de outros 47 países. A companhia depende do Brasil para alcançar sua meta global: subir de quinto para terceiro maior produtor mundial de azeite em três anos. No País, a empresa tem 25,8% do mercado de azeites. Os planos são chegar a 30% em dois anos, conforme informações da companhia.
Anúncios polêmicos são, na verdade, uma tática de mercado, segundo especialistas do setor. Um que recentemente ganhou muita publicidade espontânea foi o da fabricante de lingeries Hope, estrelada pela modelo Gisele Bündchen, no fim de setembro. Até a Secretaria de Políticas para as Mulheres (SPM) pediu a suspensão da propaganda da Hope. O Conar julgou o caso e recomendou, de forma unânime, o arquivamento do processo. O comercial, continuou liberado para veiculação.
Em 2011, o Conar recebeu 325 processos contra campanhas publicitárias, o menor volume desde 2006.
Veículo: O Estado de S.Paulo