Comércio sinaliza que pode contratar mais funcionários, diz CNC

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Mesmo com a queda na intenção de investir, o empresário do comércio está mais propenso a contratar funcionários este ano. É o que mostra o Índice de Confiança do Empresário do Comércio (Icec), divulgado ontem (5) pela Confederação Nacional do Comércio (CNC), que ficou estável no nível de 127,6 pontos no mês de fevereiro passado.

No componente que mede a propensão ao investimento do varejo, chamado de Índice de Investimento do Empresário do Comércio (IIEC), houve registro de recuo na casa dos 0,9% em fevereiro. Em contrapartida, os números apontaram que o item relacionado à expectativa de contratação de funcionários subiu 2,0% em relação a janeiro.

Tudo indica que o resultado negativo teria sido justamente puxado pela queda de 3,0% na perspectiva de investimentos dos empresários e recuo de 1,9% na satisfação em relação ao nível de estoques.

O número, de acordo com a pesquisa, indica que os lojistas já estão se preparando para um nível mais alto de vendas neste início de ano. Essa situação, refletida na estabilidade do Icec em fevereiro após a queda de 2,3% de janeiro, desestimula os investimentos.

De acordo com o economista da Confederação Nacional do Comércio, Bruno Fernandes, o nível ainda alto de estoques reflete uma recuperação mais lenta das vendas após a desaceleração de 2011 e o efeito retardado da retirada das medidas macroprudenciais e do corte nos juros sobre a disponibilidade de crédito. O analista explica ainda que a intenção de contratar está ligada diretamente à expectativa mais positiva em relação ao segundo semestre.

Investimentos

De acordo com Fernandes, quando o assunto é investimentos, a expectativa é alta. "Em relação ao nível de investimentos, há um efeito estatístico por causa da base alta de comparação. Mesmo assim, a expectativa continua alta, em 110,5 pontos. Diferentemente do que acontece na indústria, por exemplo, o que vemos no varejo é uma desaceleração, mas com manutenção do otimismo", avaliou.

"A avaliação é menos otimista sobre o momento atual porque ainda não há crédito fácil nos patamares do final de 2010. Mas o Banco Central já virou a posição que adotou no início de 2011 com o desaperto monetário, cujo efeito vai ser sentido no segundo semestre."


Veículo: DCI


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