Para diversificar os negócios e incrementar os ganhos agregando valor ao que já era produzido pela família, os irmãos Marcos Antônio Vilela e Clésio Vilela, da cidade de Carmo do Rio Claro, na região Sul de Minas Gerais, transformaram a antiga e pequena plantação de pimenta administrada pelo pai Pedro Henrique Vilela em uma fábrica de conservas e molhos de pimenta: a Pimenta Fogo Mineiro.

Segundo o sócio-proprietário Marcos Antônio Vilela, no início o pai vendia o produto in natura para fábricas de molho, "mas isso só rendia parte do ano e o produto que sobrava acabava se perdendo". "Precisávamos agregar valor ao nosso produto. Em 2007, começamos a fabricar as conservas para aproveitar o excedente da produção. Já tínhamos conhecimento sobre as técnicas industriais e fizemos uma opção pelo processo artesanal", revela o empresário.

Empregando cinco funcionários na lavoura e mais 20 na fábrica, eles cultivam cerca de 60 mil pés de pimenta de 12 qualidades diferentes e em 2011 fabricaram 10 toneladas entre conservas, molhos e geleia. Segundo Vilela, os produtos são feitos apenas com a polpa da especiaria e vinagre. Antes de chegar à mesa do consumidor, o produto passa por um processo de fermentação que dura, em média, um ano.

"O processo funciona como o envelhecimento de algumas bebidas, em que o sabor é apurado durante esse descanso", explica. O empresário ainda ressalta que todo o processo é artesanal e que na lavoura o uso de agrotóxicos é rigidamente controlado. "Ainda não foi possível eliminar totalmente o uso de agentes químicos na plantação, mas são usados apenas no início do processo. Durante a colheita, nada é utilizado. Como a pimenta é conhecida pela sua ação fungicida, usamos o seu próprio extrato no controle de pragas", esclarece o empresário.

Com presença consolidada em São Paulo, Belo Horizonte e Curitiba, a Pimenta Fogo Mineiro remete seus produtos para todo o Brasil via correios ou transportadora. Os produtos, normalmente, são encontrados nos mercados municipais, que revendem as mercadorias para bares, restaurantes, mercearias e supermercados. Mas as encomendas podem ser feitas também diretamente no site da empresa (www.fogomineiro.com.br).

Sem revelar números, o empresário diz que 2011 foi um ótimo ano, com 20% de crescimento em relação a 2010. Para 2012, a meta é manter o mesmo índice. "Estamos vivendo uma fase de ótimos resultados, mas sabemos da importância do planejamento, então queremos ir aos poucos, para continuar garantindo a qualidade do nosso produto", revela Vilela.

Para os próximos anos, os irmãos apostam na entrada de novas variedades de pimenta e produtos. Entre a escolha de uma nova variedade e a chegada do molho à mesa do consumidor, o processo pode levar mais de três anos. "Depois que já estamos com as sementes em mãos, entre o plantio e a montagem da primeira conserva é necessário, em média, 18 meses. Não podemos esquecer que o plantio tem uma época certa do ano e não adianta, por exemplo, plantar no inverno. Para que o molho passe pelo processo de fermentação é no mínimo mais um ano.  um processo longo, cercado de muita atenção e cuidados", completa o sócio da Fogo Mineiro.


Veículo: Diário do Comércio - MG