No Chile, Pão de Açúcar, Castelo e Tuiuti negociam suas importações

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A beleza de cartão postal da cidade chilena de Puerto Varas, a 960 km ao sul da capital Santiago, diz muito sobre as pretensões econômicas do país. A terra fértil que se desenvolveu na região do Distrito dos Lagos - um deles o Llanquihue, verdadeiro criadouro de salmão, que repousa aos pés dos vulcões Osorno e Cabulco, cujos picos nevados adornam Puerto Veras - colocou o Chile na posição de líder mundial na produção de frutas e hortaliças processadas. 

 

A cidade sedia a segunda edição da Macro Rodada de Negócios, organizada pela ProChile, agência de promoção das exportações chilenas, vinculada ao Ministério de Relações Exteriores do país. O objetivo do evento, que começou na segunda-feira e termina hoje, é aumentar a diversificação das exportações chilenas, com destaque para os produtos alimentícios. O cobre é a principal riqueza exportada pelo Chile, dono da maior mina do mundo, a Escondida. 

 

"A rodada deste ano pretende fortalecer os negócios com potenciais compradores das Américas, entre eles, o Brasil", diz Ricardo Moyano Monreal, diretor comercial do Chile no Brasil. O interesse do lado brasileiro existe. Participam da rodada de negócios em Puerto Varas representantes do Pão de Açúcar, a segunda maior rede varejista do país, depois do Carrefour; a Castelo, líder nacional na fabricação de vinagre; e a Tuiuti, distribuidora de produtos alimentícios, que abastece redes de hotéis e restaurantes, além de cruzeiros marítimos. 

 

O Chile chama a atenção pela sua produção de uvas (maior exportador mundial do produto), vinho, azeite e pescados, com destaque para o salmão. A dúvida é se, com a alta do dólar, as empresas brasileiras não irão desacelerar suas importações, ao contrário do que vinham fazendo, quando o real estava fortalecido perante a moeda americana. 

 

"Os produtos chilenos têm excelente qualidade e nosso trabalho será, a partir de agora, encontrar a equação exata entre a demanda e a oferta para atingir o preço adequado para o mercado brasileiro", diz Roberto Salomão, diretor da Tuiuti. Ele, há quatro anos, compra produtos chilenos, especialmente de tomates pelados, da marca Centauro. Salomão também tem interesse em azeite de oliva e pescados, especialmente salmão. Mas o Chile precisa superar os efeitos da crise sanitária no setor salmoneiro desencadeada neste ano. Prevê-se uma queda de 20% na produção de salmão em 2009, quando 4,5 mil trabalhadores podem perder o emprego. 

 

Para a diretora do ProChile, Alicia Frohmann, o mercado alimentício tende a ser pouco atingido pelo aumento do dólar. "O mundo precisa comer", brinca. Além disso, quando se trata de categorias em que o Chile é bastante competitivo, como salmão e azeite, que não contam com produção local em países como o Brasil, a demanda está de certa forma garantida. 

 

No ano passado, a primeira Macro Rodada de Negócios buscou fomentar as vendas de produtos do Chile na Ásia. Em 2007, o Brasil respondeu por 7,2% de todo o intercâmbio comercial chileno, equivalente a uma fatia de US$ 7,85 bilhões. No primeiro semestre deste ano, esta receita somou US$ 4,41 bilhões, superior em cerca de 20% em relação ao mesmo período de 2007. No montante dos seis primeiros meses de 2008, US$ 2 bilhões foram exportados do Chile para o Brasil, enquanto o Brasil vendeu US$ 2,41 bilhões ao Chile. Mudar este saldo desfavorável para o país andino é uma das metas do ProChile com a Macro Rodada de Negócios. (DM) 

 


Veículo: Valor Econômico


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