Varejista espanhola El Corte Inglés busca pontos em capitais brasileiras

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O presidente da maior varejista do mercado espanhol El Corte Inglés,Isidoro Álvarez, esteve no Brasil por quatro dias na semana passada, em contato com consultorias da área imobiliária e em visitas a imóveis em quatro cidades, São Paulo, Rio de Janeiro, Recife e Salvador, como apurou o Valor com fontes que estiveram com o empresário no país.

A direção da rede espanhola confirma a viagem ao Brasil, mas não comenta detalhes da agenda do executivo. "A visita de nosso executivo está dentro da dinâmica habitual de viagens que tem como objetivo conhecer novos formatos comerciais e novas formas de distribuição que aparecem no mercado", informa em nota a companhia, com faturamento anual de quase €16,4 bilhões, segundo último relatório de resultados.

A empresa imobiliária Cushman & Wakefield estaria assessorando a empresa na avaliação de pontos comerciais - as empresas são parceiras na Europa.

Com 488 lojas em seis países, o grupo começa a avançar no projeto de abrir a primeira loja no Brasil dentro de um prazo de 12 a 18 meses. É um período que o comando da rede entende ser possível, levando em consideração trâmites burocráticos, contratação de equipe e negociação com fornecedores. Está aberta a possibilidade de que a primeira unidade no Brasil seja uma loja de departamento, da bandeira El Corte Inglês, ou uma de vestuário "fast fashion", da rede Sfera, segundo informações que circulam no mercado.

Nos dois casos, a empresa entende que terá de trabalhar com fornecedores locais para evitar gargalos com a importação, uma questão que tem sido foco de atenção de varejistas estrangeiras que avaliam a entrada no país.

Na visita às cidades brasileiras, Álvarez esteve em shopping centers e em pontos de rua, de médio e grande porte. Na América Latina o grupo tem negócios apenas no México desde 2000 - por meio de uma agência de viagens do grupo.

Criada em 1940 pelo tio de Álvarez, Ramón Areces, a cadeia espanhola tem lojas de supermercado (Supercor), hipermercado (Hipercor), de conveniência (Opencor), de produtos óticos (Otica 2000), além das lojas de departamento (El Corte Inglés) e de vestuário (Sfera). A varejista somou vendas de €16,4 bilhões no ano fiscal terminado em fevereiro de 2011 - valor 0,3% superior ao período anterior. Reestruturação de alguns negócios e a crise europeia afetaram os resultados e analistas europeus já soltaram relatórios reforçando a importância da busca de novos mercados por parte da rede.

A operação de lojas de departamentos é a maior em receita - foram €9,6 bilhões de fevereiro de 2010 a fevereiro de 2011, queda de 0,4%. Ela é considerada um dos exemplos clássicos de loja de departamento no mundo - formato que no Brasil não existe desde a falência de Mappin e Mesbla.

A Sfera, que faturou €200 milhões em 2010 (alta de 3,2% sobre 2009), somava 74 lojas na Espanha e Portugal no início de 2011. Ela tem um formato de operação que se assemelha aos de H&M e Zara. A H&M já estudou a entrada no mercado brasileiro. A inglesa TopShop chega neste ano ao Brasil.


Veículo: Valor Econômico


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