Demanda elevada impulsiona os preços

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Tendência é ocorrerem novas altas.


A demanda aquecida pelos produtos lácteos tem pressionado os preços do leite em Minas Gerais e demais regiões produtoras do país. O retorno das aulas e o fim do feriado do Carnaval contribuíram para a retomada do mercado e, conseqüentemente, para a composição de preços mais lucrativos para a cadeia láctea.

De acordo com o levantamento da Scot Consultoria, somente na primeira quinzena de março foi observada alta de 5,8% nos preços do leite nas negociações entre as empresas. A tendência para os próximos meses é de novos aumentos, tanto para a indústria como para os produtores.

Segundo o analista e zootecnista da Scot Consultoria, Rafael Ribeiro de Lima Filho, a alta observada em Minas Gerais se deve à oferta ajustada à demanda das empresas, o que vem impulsionando a cotação.

A menor oferta foi promovida pelas condições climáticas desfavoráveis, como o excesso de chuvas no início do ano e a seca prolongada entre a segunda quinzena de janeiro e início de março nas principais regiões produtoras do Estado. A queda na captação ocorreu em um período de alta demanda.

"A valorização do mercado lácteo se deve à oferta ajustada. A tendência é que o cenário continue positivo nos próximos meses, uma vez que já estamos próximos do período de entressafra, o que naturalmente provoca alta nos preços pagos entre as indústrias e os produtores", avalia Ribeiro.

Segundo o levantamento da Scot Consultoria, em Minas Gerais o leite no mercado spot fechou a primeira quinzena de março cotado a R$ 0,912 por litro, o que representou um avanço de 5,8% sobre os preços pagos em fevereiro. No caso do produtor, a expectativa é que os valores pagos subam entre R$ 0,02 e R$ 0,05 por litro.

No fechamento de fevereiro já havia sido registrado, na média estadual, incremento de 2,04% no litro de leite pago ao pecuarista. O produto encerrou o período avaliado em R$ 0,85 na média, R$ 0,90 no valor máximo e o preço mínimo de R$ 0,70.


Outras regiões - A alta na primeira quinzena de março também foi observada em São Paulo. Na região, os preços pagos pelo litro do leite nas negociações entre as empresas ficaram na média de R$ 0,920 por litro, um aumento de 5,6% em relação ao fechamento de fevereiro. A elevação se deu em função da menor oferta para as indústrias e a demanda maior.

Em Goiás, o leite spot fechou a primeira metade de março cotado a R$ 0,916 por litro. Na comparação com o encerramento de fevereiro, houve alta de 6,5%.

"A situação atual do pecuarista de leite é vantajosa, principalmente no que se refere aos preços pagos pelo produto. Neste ano, os preços recebidos estão entre 7% e 10% superiores aos praticados em igual intervalo de 2011. Além disso, o consumo continua em alta, o que colabora para o equilíbrio da oferta e manutenção dos preços acima dos custos de produção", disse Ribeiro.

De acordo com o analista da Scot Consultoria, o grande desafio para os pecuaristas do setor é o controle dos custos de produção. Mesmo com a intensificação da colheita da safra de grãos, os preços do milho e da soja, principais produtos utilizados na alimentação dos bovinos, não tiveram quedas significativas.

"O produtor deve ficar atento aos custos com a manutenção do rebanho e aproveitar as oportunidades de mercado para a compra de insumos, principalmente em relação aos grãos que estão em plena colheita e podem ter preços mais favoráveis para a atividade", observa.



Veículo: Diário do Comércio - MG


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