Um poderoso instrumento de marketing corporativo. É assim que o executivo Paulo Henrique Pichini, define os "rallies" em geral e o Dakar em particular, do ponto de vista empresarial. Pichini é presidente da subsidiária brasileira da Getronics, multinacional holandesa da área de tecnologia da informação que fatura US$ 11 bilhões a nível mundial e tem clientes do porte de Santander, HSBC, Shell e Makro. Divulgação
Paulo Henrique Pichini, CEO da Getronics no Brasil, é um dos 22 brasileiros inscritos no Rally Dakar sul-americano
Participante há anos de provas fora-da-estrada como o Rally dos Sertões, Pichini é um dos 22 brasileiros inscritos para competir na primeira versão latino-americana do Dakar. Ele e seu co-piloto, Lourival Roldan, estarão competindo com uma Mitsubishi Pajero, na categoria T1-Diesel. Sua meta é chegar entre os 40 primeiros colocados. Para tanto, estão recebendo treinamento do piloto brasileiro Klever Kolberg, famoso por sua participação em 20 edições do Paris-Dakar.
Pichini conta que pretende aproveitar sua experiência no Dakar da mesma forma que tem feito com o Rally dos Sertões, transformando-a em ferramenta de marketing corporativo e de relacionamento. Ele conta que promove competições parecidas (mais leves, obviamente) para os clientes, em parceria com fornecedores e faz palestras para CEOs nas quais compara a vida do executivo com a do piloto de provas "fora-da-estrada".
"No Rally Dakar os caminhos são um segredo revelado só na véspera da partida de uma cidade a outra, o que obriga a ajustar a rota de navegação de um dia para o outro. No nosso mercado também. Já era assim e ficou ainda mais imprevisível com essa crise financeira internacional".
Administrador com especialização em redes de transmissão e matemática estatística, Pichini, de 43 anos, disse ao Valor que está realizando um velho sonho. Ele afirma que investiu ? 300 mil para participar da prova, contando com quatro patrocinadores, entre eles a Getronics. "Já vinha me preparando há anos para participar do Dakar". Sua equipe se compõe de 29 pessoas e além do automóvel principal, está levando três caminhões de apoio mecânico.
Entre os 22 participantes brasileiros do Rally Dakar Argentina-Chile, sete estão inscritos na categoria motocicletas, quatro em automóveis (com seus respectivos co-pilotos), dois em caminhões (cada um com dois co-pilotos) e um em quadriciclo. Além destes, há outros que vão participar como membros de equipes estrangeiras.
Veículo: Valor Econômico