A crise financeira global não está atrapalhando os planos de crescimento da indústria de café para o próximo ano. A Associação Brasileira da Indústria de Café (Abic) prevê que as vendas do setor em 2009 seguirá a mesma expansão observada em 2008. "Não prevemos que haverá comprometimento do consumo de café", diz Nathan Herszkowicz, diretor-executivo da Abic. 

 

Para este ano, o crescimento do consumo será em torno de 5%, alcançando quase 18 milhões de sacas de 60 quilos. O setor vem registrando aumento expressivo de consumo desde o início dos anos 90, quando as torrefadoras vendiam 8,2 milhões de sacas. 

 

A Café Iguaçu estima vender cerca de 5% mais em 2009 em relação a 2008. Este ano deve terminar com um crescimento de 14% ante 2007. Porém, segundo o diretor-comercial do grupo, Edivaldo Barrancas, a redução do ritmo não está relacionada aos problemas financeiros mundiais. "É que tivemos até este ano uma expansão no mercado muito forte, que não pode ser mantida para sempre." A companhia iniciou a construção de uma unidade para produzir 4 mil toneladas de café em pó, investimento que não será paralisado por causa da crise. 

 

Sem divulgar números, Bernardo Wolfson, presidente da Melitta, também disse estar confiante na manutenção do crescimento para 2009. 

 

No planejamento da mineira Bom Dia está alcançar um crescimento de 10% no volume comercializado, mesmo percentual que deve ser fechado neste ano. De acordo com Sydney Marques de Paiva, sócio da Bom Dia, tanto as exportações quanto as vendas internas devem aumentar. "Com o real mais desvalorizado, a demanda pelo produto brasileiro aumentou. Já estamos vendendo mais até para os Estados Unidos", afirmou. 

 

O segmento de máquinas, porém, não está muito contente com a mudança cambial. "Importar o equipamento agora ficou bem mais caro", afirmou Guglielmo Zizzi, da fabricante italiana Goglio. Neste ano, a companhia trouxe cinco máquinas para o Brasil. Para 2009, a expectativa é trazer apenas três.(CM) 

Veículo: Valor Econômico