Após Burger King, atenções se voltam à SABMiller

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Os investidores brasileiros que vão comandar a abertura de capital do Burger King nos Estados Unidos podem usar o dinheiro levantado com a operação para ajudar a viabilizar uma oferta da companhia de bebidas Anheuser Busch InBev (AB InBev) pela concorrente SABMiller, afirmou um analista do KBC Groep, segundo reportagem publicada pela Bloomberg.

Os investidores Jorge Paulo Lemann, Marcel Telles e Carlos Alberto Sicupira, sócios da AB InBev, estão também por trás do fundo de private equity 3G Capital, que vai receber US$ 1,4 bilhão pela venda de 29% do Burger King. A reportagem lembra que a venda da participação foi anunciada uma semana depois de as famílias belgas que fundaram a gigante das bebidas terem informado que levantaram US$ 292 milhões com a venda de ações de uma companhia farmacêutica europeia, a UCB.

"Ao longo da última semana, os sócios-referência da AB InBev no Brasil e na Bélgica liberaram uma quantidade considerável de dinheiro", afirmou o analista da KBC, Wim Hoste, em Bruxelas. Segundo a reportagem da Bloomberg, a ação poderia ser "uma tentativa coordenada" de injetar dinheiro novo da AB InBev. "E nós podemos enxergar apenas uma aquisição capaz de ser grande o bastante para motivar um aumento de capital".

E o relatório completa: "Essa aquisição só pode ser a SABMiller." Diante dessa perspectiva, o analista recomendou que os investidores "mantenham" e "acumulem" ações da AB InBev.

Os sócios da 3G Capital têm assentos no Conselho de Administração da AB InBev, que estaria considerando a aquisição da britânica SABMiller. A Bloomberg lembrou que as ações da SABMiller tiveram sua maior alta em quase três anos depois que o site de notícias iG informou que a fabricante estava sendo cortejada pela AB InBev. Nenhuma das empresas, no entanto, falou oficialmente o assunto.

Desenho da operação. A SABMiller, que hoje vale US$ 63,5 bilhões, sairia por aproximadamente US$ 81 bilhões, nos cálculos de Hoste. Uma aquisição tradicional elevaria a dívida da AB InBev a US$ 134 bilhões, de acordo com o analista. "Isso é muita exposição", diz ele, segundo a Bloomberg. Hoste aponta que os principais acionistas da SABMiller estariam dispostos em aceitar ações da AB InBev, em vez de dinheiro. Mas esse arranjo geraria outro problema, segundo a reportagem: a perda de poder dos atuais sócios da companhia.

Outros analistas ouvidos pela Bloomberg, no entanto, consideram a combinação entre AB InBev e SABMiller como improvável, citando "significativos riscos de execução".


Veículo: O Estado de S.Paulo


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